quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

THE WALL STREET JOURNAL AMERICAS, 01/12/2011
ESTADOS UNIDOS ESTÃO EXPORTANDO MAIS PETRÓLEO QUE IMPORTANDO, PELA PRIMEIRA VEZ EM 62 ANOS

Por LIAM PLEVEN e RUSSELL GOLD
A exportações americanas de gasolina, diesel e outros combustíveis derivados do petróleo estão subindo, colocando os Estados Unidos no caminho de ser um "exportador líquido" de produtos petrolíferos em 2011 pela primeira vez em 62 anos.
Uma combinação da demanda crescente dos mercados emergentes e de uma atividade doméstica hesitante significa que os Estados Unidos estão exportando mais petróleo do que importante, revertendo um comportamento histórico.
Bloomberg News
Uma plataforma de perfuração em Wattford City, no Estado de Dakota do Norte
De acordo com as informações divulgadas pela Administração de Informações de Energia na terça-feira, os EUA enviaram ao exterior 753,4 milhões de barris de todos os tipos de produtos, de gasolina a combustível de avião, nos primeiros nove meses do ano, enquanto importaram 689,4 milhões de barris.
Que os Estados Unidos estejam mandando para fora mais combustível do que importando é um fato significativo, já que o país foi, por décadas, um voraz consumidor de energia. Para ajudar a colocar em funcionamento suas indústrias e carros, obteve, em grandes quantidades, não apenas petróleo bruto do Oriente Médio, mas também combustível refinado da Europa, América Latina e outros lugares.
Em 2005, os EUA importaram quase 900 milhões de barris a mais de petróleo do que exportaram. Desde então, o déficit tem encolhido de maneira estável até que finalmente desapareceu no fim do ano passado, e analistas dizem que o país não perderá seu título de "exportador líquido" tão cedo.
"Parece ser uma tendência com potencial de permanecer para o resto da década", disse Dave Ernsberger, diretor global de petróleo da Platts, que monitora os mercados de energia. "Os EUA são vistos como um buraco negro gigante que suga energia de todo o planeta. Esse novo fato muda essa dinâmica."
Enquanto os EUA se mantiverem como o maior importador líquido de petróleo bruto do mundo, atualmente utilizando nove milhões de barris por dia, não é provável que venham a se tornar independentes em energia num futuro próximo. De qualquer forma, sua presença crescente como um exportador de combustíveis refinados lhe confere maior influência no mercado global de energia.
O crescimento em exportações é parte de uma "transformação do sistema de energia", diz Ed Morse, diretor global de pesquisa de commodity do Citigroup Inc. "São os primeiros sinais de um processo que continuará pela década seguinte, na direção de uma independência energética."
Essa reversão aumenta as chances de os EUA se tornarem um grande provedor de diversos tipos de energia para o restante do mundo, uma posição antes inimaginável. O país já exporta grandes quantidades de carvão, e empresas como a Exxon Móbil Corp. estão executando ou estudando planos de liquefazer as recentes e abundantes reservas de gás natural para enviá-lo ao exterior.
A mudança é uma das demonstrações mais claras da divergência nas rotas seguidas pelas economias dos EUA e de mercados emergentes. Enquanto os EUA lidam com altos índices de desemprego e crescimento moroso, os países emergentes estão crescendo fortemente, dando impulso à demanda por combustível.
O Brasil e o México estiveram entre os principais consumidores das exportações de petróleo dos EUA, de acordo com os dados de setembro, enquanto a Holanda, país que abriga os principais portos europeus, e Cingapura também foram significativos importadores líquidos.

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