sábado, 10 de março de 2012

México esperava reunião "cara a cara" com Brasil, diz fonte
A reação mexicana é mais um capítulo da difícil negociação entre os dois países desde que o Brasil ameaçou encerrar o acordo automotivo, que já dura uma década

São Paulo - O México reagiu após receber um ultimato do Brasil para tomar uma decisão ainda nesta sexta-feira sobre a renegociação do acordo automotivo entre os dois países e uma fonte do governo mexicano disse à Reuters que negociações por carta são "pouco convencionais" e esperava uma reunião "cara a cara" com as autoridades brasileiras.
A reação mexicana é mais um capítulo da difícil negociação entre os dois países desde que o Brasil ameaçou encerrar o acordo, que já dura uma década, e que provocou para o país da América do Sul um déficit de 1,7 bilhão de dólares, no ano passado, na balança comercial entre os dois países.
Uma fonte do governo brasileiro informou que o secretário de Economia do México, Bruno Ferrari, conversou na noite desta sexta com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e disse que até segunda-feira os mexicanos enviarão uma resposta por escrito ao pleito brasileiro de renegociação do acordo automotivo.
O Brasil quer um novo acordo que inclua quotas de importação baseadas no volume de trocas dos últimos três anos, o que segundo uma fonte mexicana reduziria as exportações de aproximadamente 147 mil unidades, em 2011, para algo em torno de 65 mil unidades.
A proposta brasileira foi revelada nesta sexta pela Reuters, que teve acesso à uma correspondência datada de 8 de março à chanceler mexicana Patricia Espinosa e ao ministro da Economia, Bruno Ferrari.
Segundo os cálculos mexicanos, isso reduziria o fluxo comercial de 2,4 bilhões de dólares para 1,4 bilhão de dólares.
A proposta inicial brasileira considerava uma redução ainda mais brusca, que seria calculada com base nos últimos cinco anos da corrente de comércio do acordo automotivo, o que estabeleceria uma quota de aproximadamente 1,17 bilhão de dólares.
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Mas essa oferta do Brasil foi rejeitada, segundo uma fonte do governo brasileiro.
Em uma carta separada com data do dia anterior acessada pela Reuters, o México disse que estava preparado para considerar limitar suas vendas com base nas exportações do ano passado, "mais um percentual" a ser negociado.
Segundo a fonte brasileira, que pediu para não ter seu nome revelado, as negociações entre os dois países "estão tensas" e caso o México rejeitasse a nova proposta do Brasil "cresceria a possibilidade de que o acordo fosse encerrado", apesar de uma decisão final ainda depender da presidente Dilma Rousseff.
Apesar disso, segundo a fonte, as negociações podem prosseguir por mais alguns dias.
O Brasil também pede que o México aceite que 35 por cento das peças automotivas que usa estejam de acordo com uma fórmula de "índice de conteúdo regional" e que essa proporção deve subir para 45 por cento ao longo dos próximos quatro anos.
Nem a fórmula, nem a "região" foram definidas na carta, mas a exigência pode irritar os Estados Unidos e outros parceiros comerciais que fornecem peças e componentes para o México.
"Estabelecer uma porcentagem que não é atingível pela indústria mexicana e nem pela brasileira é simplesmente cancelar o acordo ou cancelar o comércio", afirmou uma fonte do governo mexicano em resposta à proposta brasileira.

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