terça-feira, 13 de março de 2012

Genial, e comprova que nada substitui o conhecimento! Aliás, em muitos setores e atividades brasileiras subsistem "entulhos" (concepções obsoletas) de épocas relegadas à história e que deviam ser sistematicamente procurados e removidos, pois que retardam o progresso.
Valor On Line
Para reduzir juro, Selic precisa acabar

A mudança na condução da política monetária que o Banco Central (BC) vem promovendo está criando as condições para reduzir a taxa de juros no Brasil, equalizando-a ao nível internacional. Se isto acontecer, sairemos de uma armadilha que trava o crescimento acelerado da economia brasileira há quase duas décadas.

A mudança promovida pelo Banco Central, particularmente com a histórica decisão de agosto do ano passado, já está formando a expectativa de redução na taxa Selic de forma que os agentes do mercado financeiro começam a considerar alternativas de investimento financeiro. Entretanto, a utilização pelo Banco Central como juro básico na condução da política monetária, a taxa Selic, a mesma taxa de juros que o Tesouro Nacional oferece para vender seus títulos, impedirá o surgimento destas alternativas de investimento. E, com isso, a taxa de juros não convergirá para o nível internacional. Há problemas conceituais que precisam ser corrigidos para que a taxa básica da economia brasileira seja reduzida. Para promover uma verdadeira revolução na economia brasileira basta mudar algumas regras operacionais do Banco Central e do Tesouro Nacional.

A taxa Selic é a taxa de juros que o Tesouro Nacional paga por seus títulos de dívida pública. Estes títulos devem remunerar um investimento financeiro de longo prazo e embutem algum risco e prêmio de liquidez. O Banco Central ao utilizar a taxa Selic para fazer política monetária, operações de mercado aberto ("overnight" e compromissadas), está pagando indevidamente este prêmio de risco e de liquidez que o Tesouro paga por seus títulos de longo prazo. O Banco Central, por ser emissor de moeda, não tem risco e também garante liquidez.

Resistências são menores, pois os agentes já buscam ativos financeiros alternativos à Selic

É loucura pagar taxa Selic de título de longo prazo no "overnight". Mais importante, em todo o mundo os bancos centrais operam no mercado de moeda (reservas bancárias), onde se transacionam as sobras de caixa. Sobras de caixa não são investimentos e a taxa de juros deve ser muito baixa. Hoje 1% ou menos nos países desenvolvidos e a política monetária depende muito mais da variação da taxa do que do nível em si.

Além disso, em regra, o Banco Central não deve operar no mercado de poupança, ou seja, de títulos de longo prazo, nem impor compulsórios elevados, pois não é banco de investimento nem deve financiar o Tesouro Nacional. No Brasil, o Banco Central, ao utilizar a taxa Selic, não permite que o mercado de títulos de longo prazo se desenvolva, pois captura a poupança nacional no "overnight" e funde os dois mercados onde opera, desloca a curva de juros para cima indevidamente, fazendo com que o nível da estrutura de taxa seja absurdamente elevada.

Os bancos para poderem operar têm que captar depósitos atrelados ao DI (igual à Selic) e pagar uma margem significativa. O mesmo com o mercado de capitais. Como poucos investimentos produtivos têm taxa de retorno maior do que estas taxas de juros, poucos no setor privado estão dispostos a emitir ativos financeiros e enfrentar um competidor como o BC.

Por que então o Banco Central do Brasil é o único no mundo que paga indevidamente estes prêmios e opera como monopsionista no mercado aberto, capturando a poupança nacional? As razões são históricas e herdadas do período de alta inflação.

No regime militar um Ato Institucional removia o limite de endividamento do governo e delegava a gestão da dívida pública para o Banco Central, o que era funcional para a execução do orçamento monetário. Assim, o Sistema Eletrônico de Liquidação e Custódia (Selic) ficava e fica ainda no Banco Central, mesmo depois da gestão da dívida pública voltar para o Tesouro Nacional em 1987. Quando a inflação disparou e toda a dívida pública era refinanciada diariamente no "overnight", a taxa do "overnight" era também a taxa de juros do título público. E nestas circunstâncias era funcional e reduzia o risco para os investidores e o custo da financiamento da dívida pública.

O problema é que o Plano Real interrompeu a inflação, utilizando da âncora cambial, mas manteve intacto todo o regime monetário do período de hiperinflação até hoje. E aquilo que era funcional no período de hiperinflação tornou-se extremamente danosa para a economia brasileira. Aquilo que reduzia o risco e o custo utilizando a taxa de juros do "overnight" para refinanciar a dívida pública se inverteu e a taxa de juros de longo prazo do título público que deve ser mais elevado passou a ser a taxa de juros do "overnight", contaminando todo o sistema bancário e mercado de capitais, tornando-se uma alavanca e elevando a estrutura de taxas de juros da economia brasileira.

A taxa Selic é taxa diária de juros de títulos que pagam esta taxa (Letras do Tesouro Nacional ou Letras do BC). Seus preços correspondem à capitalização desta taxa diária. Assim sendo, a variação da taxa não afeta seus preços. Isto tem duas consequências. Primeiro, o Banco Central opera com títulos que não têm risco de taxa de juros, contaminando todo o sistema financeiro. Segundo, a variação da taxa de juros neste caso perde a sua eficácia enquanto instrumento de política monetária, pois não afeta o preço dos ativos financeiros. Enquanto nos demais países os bancos e o sistema financeiro operam basicamente com taxas prefixadas, e qualquer elevação da taxa de juros impõe perdas aos detentores de ativos financeiros afetando o comportamento da oferta e demanda de crédito e da economia. No Brasil, precisamos de nível extremamente elevado para que o risco de crédito se torne muito elevado e os bancos racionem a oferta de crédito e daí ter efeitos sobre o comportamento da economia. Daí os juros estratosféricos.

Com a mudança no comportamento do Banco Central, tornando-se mais independente do setor financeiro, o firme comprometimento do governo Dilma em reduzir a taxa de juros, num quadro em que a produção industrial e a taxa de inflação está em queda, tornou-se crível. É o momento de iniciar a remoção destes entulhos do período de hiperinflação que tem condenado a economia brasileira a um crescimento medíocre. É preciso coragem e decisão, mas as resistências são muito menores pois os agentes do mercado financeiro já buscam ativos financeiros alternativos a Selic.

Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda do governo Mário Covas (SP), professor e diretor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas - FGV/EESP, escreve mensalmente às terças-feiras.

Genial! E comprova que nada substitui o conhecimento. Alías, em muitos setores e atividades brasileiros subsistem "entulhos" (concepções ultrapassadas e que retardam o progresso) de épocas relegadas à história, que deveriam ser procurados e revistos.

Valor On Line
Para reduzir juro, Selic precisa acabar

A mudança na condução da política monetária que o Banco Central (BC) vem promovendo está criando as condições para reduzir a taxa de juros no Brasil, equalizando-a ao nível internacional. Se isto acontecer, sairemos de uma armadilha que trava o crescimento acelerado da economia brasileira há quase duas décadas.

A mudança promovida pelo Banco Central, particularmente com a histórica decisão de agosto do ano passado, já está formando a expectativa de redução na taxa Selic de forma que os agentes do mercado financeiro começam a considerar alternativas de investimento financeiro. Entretanto, a utilização pelo Banco Central como juro básico na condução da política monetária, a taxa Selic, a mesma taxa de juros que o Tesouro Nacional oferece para vender seus títulos, impedirá o surgimento destas alternativas de investimento. E, com isso, a taxa de juros não convergirá para o nível internacional. Há problemas conceituais que precisam ser corrigidos para que a taxa básica da economia brasileira seja reduzida. Para promover uma verdadeira revolução na economia brasileira basta mudar algumas regras operacionais do Banco Central e do Tesouro Nacional.

A taxa Selic é a taxa de juros que o Tesouro Nacional paga por seus títulos de dívida pública. Estes títulos devem remunerar um investimento financeiro de longo prazo e embutem algum risco e prêmio de liquidez. O Banco Central ao utilizar a taxa Selic para fazer política monetária, operações de mercado aberto ("overnight" e compromissadas), está pagando indevidamente este prêmio de risco e de liquidez que o Tesouro paga por seus títulos de longo prazo. O Banco Central, por ser emissor de moeda, não tem risco e também garante liquidez.

Resistências são menores, pois os agentes já buscam ativos financeiros alternativos à Selic

É loucura pagar taxa Selic de título de longo prazo no "overnight". Mais importante, em todo o mundo os bancos centrais operam no mercado de moeda (reservas bancárias), onde se transacionam as sobras de caixa. Sobras de caixa não são investimentos e a taxa de juros deve ser muito baixa. Hoje 1% ou menos nos países desenvolvidos e a política monetária depende muito mais da variação da taxa do que do nível em si.

Além disso, em regra, o Banco Central não deve operar no mercado de poupança, ou seja, de títulos de longo prazo, nem impor compulsórios elevados, pois não é banco de investimento nem deve financiar o Tesouro Nacional. No Brasil, o Banco Central, ao utilizar a taxa Selic, não permite que o mercado de títulos de longo prazo se desenvolva, pois captura a poupança nacional no "overnight" e funde os dois mercados onde opera, desloca a curva de juros para cima indevidamente, fazendo com que o nível da estrutura de taxa seja absurdamente elevada.

Os bancos para poderem operar têm que captar depósitos atrelados ao DI (igual à Selic) e pagar uma margem significativa. O mesmo com o mercado de capitais. Como poucos investimentos produtivos têm taxa de retorno maior do que estas taxas de juros, poucos no setor privado estão dispostos a emitir ativos financeiros e enfrentar um competidor como o BC.

Por que então o Banco Central do Brasil é o único no mundo que paga indevidamente estes prêmios e opera como monopsionista no mercado aberto, capturando a poupança nacional? As razões são históricas e herdadas do período de alta inflação.

No regime militar um Ato Institucional removia o limite de endividamento do governo e delegava a gestão da dívida pública para o Banco Central, o que era funcional para a execução do orçamento monetário. Assim, o Sistema Eletrônico de Liquidação e Custódia (Selic) ficava e fica ainda no Banco Central, mesmo depois da gestão da dívida pública voltar para o Tesouro Nacional em 1987. Quando a inflação disparou e toda a dívida pública era refinanciada diariamente no "overnight", a taxa do "overnight" era também a taxa de juros do título público. E nestas circunstâncias era funcional e reduzia o risco para os investidores e o custo da financiamento da dívida pública.

O problema é que o Plano Real interrompeu a inflação, utilizando da âncora cambial, mas manteve intacto todo o regime monetário do período de hiperinflação até hoje. E aquilo que era funcional no período de hiperinflação tornou-se extremamente danosa para a economia brasileira. Aquilo que reduzia o risco e o custo utilizando a taxa de juros do "overnight" para refinanciar a dívida pública se inverteu e a taxa de juros de longo prazo do título público que deve ser mais elevado passou a ser a taxa de juros do "overnight", contaminando todo o sistema bancário e mercado de capitais, tornando-se uma alavanca e elevando a estrutura de taxas de juros da economia brasileira.

A taxa Selic é taxa diária de juros de títulos que pagam esta taxa (Letras do Tesouro Nacional ou Letras do BC). Seus preços correspondem à capitalização desta taxa diária. Assim sendo, a variação da taxa não afeta seus preços. Isto tem duas consequências. Primeiro, o Banco Central opera com títulos que não têm risco de taxa de juros, contaminando todo o sistema financeiro. Segundo, a variação da taxa de juros neste caso perde a sua eficácia enquanto instrumento de política monetária, pois não afeta o preço dos ativos financeiros. Enquanto nos demais países os bancos e o sistema financeiro operam basicamente com taxas prefixadas, e qualquer elevação da taxa de juros impõe perdas aos detentores de ativos financeiros afetando o comportamento da oferta e demanda de crédito e da economia. No Brasil, precisamos de nível extremamente elevado para que o risco de crédito se torne muito elevado e os bancos racionem a oferta de crédito e daí ter efeitos sobre o comportamento da economia. Daí os juros estratosféricos.

Com a mudança no comportamento do Banco Central, tornando-se mais independente do setor financeiro, o firme comprometimento do governo Dilma em reduzir a taxa de juros, num quadro em que a produção industrial e a taxa de inflação está em queda, tornou-se crível. É o momento de iniciar a remoção destes entulhos do período de hiperinflação que tem condenado a economia brasileira a um crescimento medíocre. É preciso coragem e decisão, mas as resistências são muito menores pois os agentes do mercado financeiro já buscam ativos financeiros alternativos a Selic.

Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda do governo Mário Covas (SP), professor e diretor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas - FGV/EESP, escreve mensalmente às terças-feiras.

Muitos fatos, algumas opiniões?

Moralismo ou monetarismo?

Talvez seja hora de recordar por que alguns países europeus decidiram construir uma Comunidade Econômica (a CEE) com o objetivo principal de induzir Estados soberanos a resolverem seus problemas usando a negociação e não a guerra.

Levando ao limite a simplificação histórica, esses Estados foram produzidos pelo próprio comportamento do homem: um animal gregário (quem não é meu é inimigo) e territorial (o que é meu é só meu), limitado pela finitude dos recursos do território que conseguiu ocupar e assegurar para si. Cada um se contrapõe a todos os outros.

Felizmente, nesse mundo selvagem parece que há um processo que vai suavizando essa barbárie. Os próprios Estados soberanos vão apreendendo suas vantagens. A mobilização de sua cooperação interna (produto da evolução genética e cultural), quando estendida aos "vizinhos" por meio da negociação e não da guerra para o uso dos recursos naturais finitos de ambos, é mais eficiente e menos custosa. A grande lição que restou da construção de um continente com mil anos de guerra é que os próprios recursos para realizá-la são finitos e a arbitragem militar nunca leva à paz perpétua...

Decisões da CEE devem ser compatíveis com as Constituições

No fim da Segunda Guerra Mundial (a terceira de proporções catastróficas em um século, se incluirmos a franco-alemã de 1870), vencedores e vencidos começaram a entender que esse movimento sem fim, alimentado pelo desejo de vingança dos últimos e pela arrogância dos primeiros, só terminaria se fosse, de fato, construída uma Europa comum a todos.

Seu principal articulador foi o francês Jean Monet, com o apoio decisivo de dois grandes estadistas, Konrad Adenauer e Alcide De Gaspari, a partir de uma ideia que já está em Adam Smith: o comércio e as trocas dispensam as guerras, pois os recursos raros podem ser trocados em benefício de todos.

É óbvio que essa construção implica a cessão de parte da soberania de cada Estado em benefício do conjunto, uma ideia difícil de ser digerida. A teoria então vigente - "a soberania não se partilha, não se negocia. Ela se afirma" - implicava o eterno retorno da arbitragem pela força. Diante desse impasse, a sugestão implícita no pensamento de seus construtores seria dividir a soberania. Uma parte "nobre e sagrada", que diz respeito à defesa nacional, às relações internacionais etc. permaneceria intocável. Não havia razão, porém, para incluir entre elas questões puramente técnicas, como, por exemplo, a produção coordenada de carvão e de aço.

Nasceu, assim, por iniciativa de Robert Schuman, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca) em 1957, que estabeleceu a cooperação franco-alemã. No mesmo ano, foi assinado o Tratado de Roma, onde se lançaram, de fato, as bases iniciais da Comunidade Econômica Europeia (CEE), que incluía a República Federal da Alemanha, a França, a Itália e o Benelux.

A partir daí, a CEE começou a se expandir. Em 1973, entram o Reino Unido, a Irlanda e a Dinamarca; em 1981, a Espanha; em 1986, Portugal. Neste mesmo ano, assinou-se o chamado "Ato Único", que estabeleceu a criação de um mercado comum que entraria em vigor em 1º de janeiro de 1993, juntamente com o Tratado de Maastricht, assinado em 1992.

Esse estabeleceu uma certa ordem fiscal que deveria ser obedecida por todos os membros: um déficit fiscal estrutural máximo de 0,5%, administrativa e perigosamente transformado num déficit fiscal inferior a 3% e o compromisso de reduzir a relação dívida bruta/PIB para 60%.

Em 1994, criou-se o Instituto Monetário Europeu, mencionado no Tratado de Maastricht, que preparou a introdução da moeda única, o euro, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 1999. Com relação a ele foram fixadas de forma definitiva e irretratável todas as taxas de câmbio das antigas moedas nacionais.

Hoje, 17 países têm o euro como moeda. Com todos os seus problemas e dificuldades pontuais, a CEE é um espaço onde vigem os mesmos procedimentos: a livre circulação de bens e serviços, dos capitais e dos homens, políticas aduaneiras e tarifárias comuns, o que seguramente não é tudo, mas não é pouco.

Um aspecto pouco mencionado na construção da CEE é que cada decisão importante, que leva à maior cooperação entre os países, deve ser compatível com suas Constituições e deve ser aprovada pelos seus Parlamentos. A lamentável sugestão do ministro de Finanças da Alemanha, que pediu o adiamento das eleições gregas e a entrega do poder a burocratas gregos controlados pelos burocratas da "troika" de Bruxelas (CCE), de Frankfurt (Banco Central Europeu) e Washington (FMI), mostra a distância entre a visão política medíocre da atual administração alemã e a grandeza de um Helmut Kohl...

Mais triste, ainda, é a falta de reconhecimento que a estúpida punição germânica, que se tenta impor aos gregos para "purificá-los de suas extravagâncias dionísicas", é ditada por um cínico moralismo apoiado numa falsa teoria econômica. O problema é que ela está pondo em risco a mais brilhante construção política e civilizatória do século XX.

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Escreve às terças-feiras

E-mail contatodelfimnetto@terra.com.br

sábado, 10 de março de 2012

Anatel multa Vivo em R$ 4,1 milhões por infringir metas de qualidade
Por Rafael Bitencourt | Brasília

BRASÍLIA – A Vivo foi multada em R$ 4,102 milhões por infringir metas de qualidade da telefonia celular em diferentes regiões do país. As infrações foram cometidas entre outubro de 2005 e setembro de 2006.

O processo administrativo aberto pela Anatel foi concluído só agora, depois de julgados os recursos apresentados pela Vivo à agência. Para contestar novamente a sanção aplicada, a companhia terá que recorrer da decisão na esfera judicial. A multa foi publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União (DOU).

Em nota, a Vivo informou que, desde a aplicação da multa, “houve uma série de avanços para oferecer serviços e atendimento de qualidade aos clientes”. Além elevar índices de desempenho apurados pela própria agência, a operadora conseguiu “cumprir 100% das metas de qualidade do serviço móvel” em janeiro passado.

Anatel multa Vivo em R$ 4,1 milhões por infringir metas de qualidade
Por Rafael Bitencourt | Brasília

BRASÍLIA – A Vivo foi multada em R$ 4,102 milhões por infringir metas de qualidade da telefonia celular em diferentes regiões do país. As infrações foram cometidas entre outubro de 2005 e setembro de 2006.

O processo administrativo aberto pela Anatel foi concluído só agora, depois de julgados os recursos apresentados pela Vivo à agência. Para contestar novamente a sanção aplicada, a companhia terá que recorrer da decisão na esfera judicial. A multa foi publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União (DOU).

Em nota, a Vivo informou que, desde a aplicação da multa, “houve uma série de avanços para oferecer serviços e atendimento de qualidade aos clientes”. Além elevar índices de desempenho apurados pela própria agência, a operadora conseguiu “cumprir 100% das metas de qualidade do serviço móvel” em janeiro passado.

(Rafael Bitencourt | Valor)

Comentário: Tendo em vista que as mudanças necessárias não vêm sendo realizadas, desde a década passada, o país perde cada vez mais competitividade e os países como Colômbia, México, Turquia etc só aumentam suas competitividades, por realizarem suas atualizações. Então, a competitividade comparativa brasileira só despenca, e não só na indústria, em toda a produção. Veja que a safra deste ano cairá, segundo a Conab, mais de 3%, enquanto nos demais países, modo geral, só cresce, à medida em que as tecnologias agrícolas que "fizeram a festa" brasileira se disseminam e aprimoram. A produção, que sempre foi pouca frente às necessidades da população, torna-se cada vez mais internacionalizada internamente, aumentando a dependencia do capital e da tecnologia externa. Em certos sertores o país só importa, em outros mais importa que produz internamente. O país perde mercado s externo e interno, e a situação de maior oferta que procura por empregos continua distante. Se não se deseja fazer as mudanças que reduziriam o chamado Custo brasil (burocracia, corrupção, sonegação, taxa de juros excessiva, excessiva carga de impostos, legislação trabalhista anacrônica, reforma da previdência pública e melhoria da gestão da previdência privada, reformas administrativa e política, câmbio hipervalorizado, insuficiente infraestrutura, estatização excessiva, oligopolização, má gestão em geral, más qualidade e quantidade do ensino, cultura antiempresarial e anticompetitiva etc) só resta realizar ótima política fiscal - reduzir gastos excessivos do poder público - pra se reduzir a taxa mundialmente recordista de juros. Fechar a economia só vai levar aos velhos tempos de autarquia pretensamente autônoma, estatizada e anacrônica. Finalmente, reduzir os juros é a única saída, e graças a Deus e a Dilma, é o que vem sendo feito. O empresariado também tem muito o que melhorar a gestão nas empresas, dada a mundialmente notória deficiente produtividade brasileira.

México esperava reunião "cara a cara" com Brasil, diz fonte
A reação mexicana é mais um capítulo da difícil negociação entre os dois países desde que o Brasil ameaçou encerrar o acordo automotivo, que já dura uma década

São Paulo - O México reagiu após receber um ultimato do Brasil para tomar uma decisão ainda nesta sexta-feira sobre a renegociação do acordo automotivo entre os dois países e uma fonte do governo mexicano disse à Reuters que negociações por carta são "pouco convencionais" e esperava uma reunião "cara a cara" com as autoridades brasileiras.
A reação mexicana é mais um capítulo da difícil negociação entre os dois países desde que o Brasil ameaçou encerrar o acordo, que já dura uma década, e que provocou para o país da América do Sul um déficit de 1,7 bilhão de dólares, no ano passado, na balança comercial entre os dois países.
Uma fonte do governo brasileiro informou que o secretário de Economia do México, Bruno Ferrari, conversou na noite desta sexta com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e disse que até segunda-feira os mexicanos enviarão uma resposta por escrito ao pleito brasileiro de renegociação do acordo automotivo.
O Brasil quer um novo acordo que inclua quotas de importação baseadas no volume de trocas dos últimos três anos, o que segundo uma fonte mexicana reduziria as exportações de aproximadamente 147 mil unidades, em 2011, para algo em torno de 65 mil unidades.
A proposta brasileira foi revelada nesta sexta pela Reuters, que teve acesso à uma correspondência datada de 8 de março à chanceler mexicana Patricia Espinosa e ao ministro da Economia, Bruno Ferrari.
Segundo os cálculos mexicanos, isso reduziria o fluxo comercial de 2,4 bilhões de dólares para 1,4 bilhão de dólares.
A proposta inicial brasileira considerava uma redução ainda mais brusca, que seria calculada com base nos últimos cinco anos da corrente de comércio do acordo automotivo, o que estabeleceria uma quota de aproximadamente 1,17 bilhão de dólares.
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Mas essa oferta do Brasil foi rejeitada, segundo uma fonte do governo brasileiro.
Em uma carta separada com data do dia anterior acessada pela Reuters, o México disse que estava preparado para considerar limitar suas vendas com base nas exportações do ano passado, "mais um percentual" a ser negociado.
Segundo a fonte brasileira, que pediu para não ter seu nome revelado, as negociações entre os dois países "estão tensas" e caso o México rejeitasse a nova proposta do Brasil "cresceria a possibilidade de que o acordo fosse encerrado", apesar de uma decisão final ainda depender da presidente Dilma Rousseff.
Apesar disso, segundo a fonte, as negociações podem prosseguir por mais alguns dias.
O Brasil também pede que o México aceite que 35 por cento das peças automotivas que usa estejam de acordo com uma fórmula de "índice de conteúdo regional" e que essa proporção deve subir para 45 por cento ao longo dos próximos quatro anos.
Nem a fórmula, nem a "região" foram definidas na carta, mas a exigência pode irritar os Estados Unidos e outros parceiros comerciais que fornecem peças e componentes para o México.
"Estabelecer uma porcentagem que não é atingível pela indústria mexicana e nem pela brasileira é simplesmente cancelar o acordo ou cancelar o comércio", afirmou uma fonte do governo mexicano em resposta à proposta brasileira.