quinta-feira, 30 de junho de 2011

MÍRIAM LEITÃO, O GLOBO, 29/06/2011

PÃO DE AÇÚCAR E CARREFOUR
DINHEIRO DO BNDESPAR TAMBÉM É PÚBLICO
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que não haverá dinheiro público do BNDES na fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour. Mas ela está enganada, porque dinheiro que sai do BNDESPar é público sim.
Esse braço do BNDES é para comprar e vender ações de mercado, mas o banco tira seu dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), um fundo público e, como vem acontecendo nos últimos anos, de endividamento público. O Tesouro lança títulos, fica endividado. O BNDES, então, empresta esse dinheiro a juros menores que os pagos pelo Tesouro. Parte do custo, portanto, é subsídio.
O BNDESPar entrará como sócio do negócio, não se trata de um empréstimo. O banco comprará capital através do BNDESPar, mas não quer dizer que o dinheiro virá de outro lugar. São recursos públicos.
Outro argumento usado é que esse dinheiro depois retornaria, porque a negociação daria lucro. Mas pode dar ou não, várias outras operações do BNDES deram prejuízo. As ações do JBS Friboi, por exemplo, já baixaram muito.
EMPRESÁRIOS NEGAM, MAS FUSÕES COSTUMAM CAUSAR DEMISSÕES
Sobre a fusão entre Carrefour e o Pão de Açúcar, a ministra Gleisi Hoffmann disse que pelo fato de os recursos saírem de um braço do BNDES, não seria dinheiro público. Essa informação não é verdadeira, a menos que tenham privatizado o banco e ninguém saiba. Qualquer braço do BNDES, como o BNDESPar, é estatal. Portanto, estamos falando de dinheiro público sim.
Ontem, o Senado aprovou mais R$ 55 bilhões para o banco; ou seja, o Tesouro vai se endividar no mercado a preço altíssimo para capitalizar o BNDES.
O governo também argumenta que não haverá demissões e que será bom para o desenvolvimento do país. Mas em todo caso de fusão, os empresários falam que garantirão o emprego, mas sempre demitiram, porque se você tem duas lojas, uma do lado da outra, acaba fechando uma delas para evitar duplicação.
Outra justificativa dada é que será uma oportunidade única de colocar produtos brasileiros lá fora. Essa não é a estrada para aumentar a exportação. A França é um país muito fechado, que subsidia sua produção.
Para o Brasil vender mais, é preciso aumentar a competitividade da economia brasileira, resolver problemas de portos e estradas, por exemplo, não virar um sócio minoritário de um supermercado francês.
ARGUMENTO DO GOVERNO PARA DEFENDER FUSÃO NÃO CONVENCE
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse que o BNDESPar colocaria R$ 4 milhões na companhia formada por Carrefour e Pão de Açúcar porque é um negócio estratégico para internacionalizar uma empresa brasileira, abrir mercado para o país lá fora. Eu discordo dessa ideia. Não é a melhor maneira de entrar no mercado francês ou europeu.
A França é muito protecionista, subsidia a produção local, cria barreiras. O Carrefour está no Brasil há décadas, por que agora, se o BNDES entrar de sócio, teríamos a estrada aberta para a França? Não, as barreiras continuarão lá.
Estratégico é enfrentar problemas graves ao comércio, não colocar o BNDES como sócio de um supermercado. Isso não torna o Brasil mais forte numa economia globalizada.
O negócio já começa com uma sombra, há uma briga entre os sócios privados - o Cassino acusa o Pão de Açúcar de quebra de contrato. Imagine o BNDES entrando num negócio que pode parar na Justiça.
Porque os que construíram a arquitetura financeira não procuraram os bancos privados, por que um banco público? O Estado tem de entrar com a lei de defesa da concorrência para ver se há concentração ou não. Tem de ter uma postura de regulador, não de sócio.
Não consigo achar que será bom para o consumidor, para o contribuinte, para o Estado e para os exportadores. Estes precisam de menos impostos e melhores estradas e portos, não que o BNDES que, ultimamente tem entrado em operações muito discutíveis, tenha parcela de ações num supermercado francês. É um caminho longo demais para dizer que está defendendo a exportação brasileira
ENCRUZILHADA
A ideia é ruim, mas o pior é a justificativa: a de que se o Pão de Açúcar se juntar ao Carrefour, o BNDES deve dar a maior parte do dinheiro — 2 bilhões — porque isso vai internacionalizar grupo brasileiro e abrir mercado para os nossos produtos. Balela. Essa ideia é ruim para o consumidor, para o contribuinte e para a economia do país.
O que é desanimador no Brasil é a dependência que até os novos capitalistas têm do Estado. Eles não dão nenhum passo sem que o governo vá junto, não apenas financiando, mas virando sócio. Um capitalismo sem riscos, ou de lucros privados e prejuízos públicos. Sempre foi assim, mas quando se vê um Eike Batista e um André Esteves, que poderiam ser a renovação dessa velha prática, repetindo os mesmíssimos caminhos que nos levaram a tanto problema no passado, a conclusão é que pelo visto o país vai demorar muito para chegar no verdadeiro capitalismo.
É um disparate completo o BNDES usar o dinheiro de dívida pública ou de fundos públicos para capitalizar uma operação estritamente privada. Ela será boa para o Carrefour, para os Diniz e para o BTG Pactual. Não é verdade que o Pão de Açúcar será internacionalizado e vai virar um grupo global. Ele vai ter um pedaço de um grupo francês, que será vendido no dia em que a família Diniz quiser vender. O Pão de Açúcar vai deixar de existir como empresa independente e será desnacionalizado.
A família Diniz é dona do negócio e faz o que bem entender — e o que as regras concorrenciais do país permitirem — mas que não se venha com nacionalismos de ocasião. A conversa de internacionalização do grupo não convence. O BTG Pactual também pode montar a operação que quiser no mercado. O estranho é por que um grupo que tem condições de captar no mercado internacional precisará que o BNDES entre de sócio e dê até R$ 4,5 bilhões para o negócio.
O grande perdedor será o consumidor brasileiro, que tem enfrentado uma concentração cada vez maior do grande varejo. O número de 27% do mercado brasileiro é enorme em si. Mas pode ser até maior. Está se somando bananas e laranjas. Pequeno varejo de empresas disseminadas pelo interior do Brasil, com o mercado dos grandes supermercados e hipermercados das capitais. Com a lentidão com que o Cade trabalha, no dia em que ele se pronunciar — e ainda mais num negócio que terá como sócio o próprio Estado brasileiro — tudo já estará consolidado.
Nos últimos anos o Tesouro já se endividou em R$ 260 bilhões — incluindo os R$ 30 bilhões deste ano — para financiar o BNDES nas suas operações. E elas fazem cada vez menos sentido. Por que o banco deve fazer seguidas capitalizações, comprar tantas debêntures ou ações do grupo JBS-Friboi, por exemplo? Por que o Estado brasileiro precisa ser sócio de frigorífico? E pior: um frigorífico que diz — como me disse o presidente do Conselho de Administração do JBS-Friboi, Joesley Batista, no dia 28 de abril — que não pode garantir que a carne que comercializa é livre de desmatamento ilegal. A empresa contraria a tendência atual do capitalismo no mundo, que é o de ser responsável por fiscalizar sua cadeia produtiva.
O BNDES justifica o fato de ter “enquadrado para a análise” a possibilidade de entrar na operação Carrefour-Pão de Açúcar com o argumento de que vai abrir mercado para o produto brasileiro. Convenhamos. O produto brasileiro terá mais espaço no mercado internacional se houver mais investimento em logística eficiente, se houver redução do Custo Brasil, e se as empresas tiverem boas práticas.
Para a carne brasileira ter maior penetração no mercados europeu não é necessário que o BNDES seja sócio de supermercado francês, mas sim que o setor cumpra regras de rastreamento sanitário. O mercado internacional precisa ser conquistado com uma redução do custo do transporte dos produtos brasileiros e com boas práticas de certificado de origem, rastreamento, comprovações que o mundo atual tem feito cada vez mais.
Essa operação já nasceu esquisita. O sócio Casino na Companhia Brasileira de Distribuição disse que suspeitava que o Pão de Açúcar estivesse negociando nas suas costas com o Carrefour. O acordo que tem com seus sócios brasileiros impedia a negociação. As suspeitas se confirmaram. E isso é mais uma razão pela qual o banco estatal brasileiro não deveria entrar no negócio.
Mas o mais importante motivo pelo qual não se deve haver dinheiro subsidiado ou de endividamento público no negócio é que ele é ruim para a economia e para o consumidor nacional. O distinto público não tem nada a ganhar com ele. Os neocapitalistas brasileiros deveriam usar toda a criatividade que têm para fazer negócios longe da sombra do Estado. Em vez disso, confirmam a velha dependência crônica. A palavra “carrefour” é ótima para nos lembrar que o país está numa encruzilhada: ou vai continuar fortalecendo o capitalismo estatizado sem risco, que é bom apenas para alguns poucos, que concentra a renda e socializa o prejuízo; ou vai incentivar a competitividade, a inovação, a concorrência e as práticas sustentáveis da nova economia.
EU, HOJE
A meu ver, antes de qualquer coisa, em proposto “negócio”, o que se deve verificar é sua ética. E no caso, a ética é óbvia: é apenas um modo do empresário deixar de cumprir o contrato firmado com o CASINO pra ganhar mais vendendo ao Carrefour. Ilegal, imoral e antiético. Desse modo, no meu modo de ver, repito, não há mais nada a se verificar. Nem a brutal concentração de mercado que geraria, nem o arrocho ainda maior aos fornecedores que promoveria, nem os aumentos de preços aos consumidores que a maior concentração geraria, nem o desemprego em massa que provocaria (estima-se em quase 200.00 o número de empregados de Pão de Açúcar e Carrefour, hoje. Por baixo, ao menos 10% desses “dançariam”). E no mau uso de dinheiro público. Ilegal, imoral e antiético. Não será apoiando estratégia antiética que o país se firmará internacionalmente.

DOCES E SALGADOS
Governo adota novo modelo de gestão na área de saúde pública
Estados e municípios que cumprirem metas no SUS serão premiados, e aqueles que não atenderem ao compromisso serão penalizados
30/6/2011 - 08:36 - Redação
Para tentar melhorar a prestação de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS), o governo federal decidiu adotar um modelo de gestão já usado na iniciativa privada: o de premiar quem cumprir metas e penalizar aquele que não atender ao compromisso.

Um decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff, e publicado ontem, cria contratos que trarão metas específicas de atendimento a serem cumpridas pelos estados e municípios na rede pública de saúde, como número de cirurgias ou de pré-natal. Atualmente, são definidos apenas compromissos nacionais.

Quem descumprir os compromissos corre o risco de ser punido, podendo deixar de receber recursos. Quem cumprir as metas será recompensado e poderá ganhar o dobro do repasse.

“O município tem responsabilidade de ofertar um conjunto de cirurgias. Ele não consegue ofertar, você pode tirar de um município e passar para outro da região. Você pode tirar o recurso do município e passar para o estado, para contratar o serviço naquela região”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

As obrigações serão estipuladas a partir de um mapeamento sobre a realidade e a estrutura de saúde disponível nos municípios, a ser feito pelo Ministério da Saúde. Os estados e municípios serão divididos em 419 regiões, seguindo as semelhanças entre eles.

Não há prazo para as metas serem fechadas e entrarem em vigor. A expectativa do ministro é fechar 20% dos contratos até o fim do ano e a totalidade do país até 2014.

Outra novidade, segundo Padilha, é que o usuário irá saber quais os serviços disponíveis nos hospitais e postos de saúde da cidade onde mora. A ideia é disponibilizar as informações pela internet.

O decreto vem para regulamentar a Lei Orgânica da Saúde, que vigora há 21 anos. O modelo de gestão foi debatido com representantes da sociedade e secretários de Saúde estaduais e municipais.

Com Agência Brasil

Oportunidade de ganhos na manufatura automotiva
Qua, 29 de Junho de 2011 14:31
Quando o assunto é manufatura automotiva, a ordem é ganhar flexibilidade e agilidade para que componentes e veículos cheguem mais depressa ao mercado. Ao mesmo tempo, existe uma preocupação constante em buscar a perfeição dos produtos, com materiais mais adequados, resistentes e leves. Esse foi o tom do Simpósio SAE BRASIL Manufatura na Indústria Automotiva, que discutiu como as operações globais desafiam a manufatura no País. No encontro, que reuniu cerca de 200 participantes no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo, especialistas na matéria enfatizaram que há oportunidades a serem identificadas nas empresas do setor para otimizar processos e aumentar a produtividade.
“Sempre que visito uma indústria brasileira vejo enormes possibilidades de melhoria nos processos de manufatura. Muitas estão evidentes, outras certamente escondidas”, afirmou José Roberto Ferro, presidente do Lean Institute Brasil, durante o painel ‘Os Cenários para a Manufatura nos Emergentes’, que contou com a participação de Adolfo Savelli, da Logic Consultoria, Alfeu Doria, diretor da Visteon, e Vagner Galeote, presidente da SAE BRASIL.
Roberto Bastian, diretor da Mercedes-Benz, bateu na mesma tecla: há muitos ganhos ainda a serem obtidos no País na área de logística, com a racionalização de estoques e estratégias de movimentação de materiais na cadeia de suprimentos e distribuição. Para ele, é indispensável contar com investimentos em infraestrutura de portos, aeroportos e rodovias para que as operações da indústria automobilística se tornem competitivas.
Galeote defendeu maior investimento em automação industrial como parte da estratégia para o aumento de produtividade. “Os aportes de hoje devem ser diferentes dos realizados no passado, quando o Brasil era reconhecido como país de baixo custo de mão de obra e não valia a pena investir em automação”, afirmou. “Temos de deixar de lado essa história”, disse, enfatizando que há inúmeros postos de trabalho a serem ocupados, mesmo com a robotização.
O resgate da capacidade de competir foi um alerta presente na maioria das apresentações e debates, tendo em vista os avanços de players estrangeiros no País, evidenciados nas estatísticas da balança comercial. "Para concorrer com os manufaturados asiáticos algumas lições devem ser feitas, como estimular a educação e qualificação de pessoal", afirmou Alfeu Dória, que trabalhou sete anos na China.
Para o também especialista em manufatura chinesa, Adolfo Savelli, da Logic Consultoria, é preciso investir em infraestrutura. “Na China, investiram em portos, estradas, aeroportos e se preocuparam com a formação técnica da mão de obra”, afirmou.
E, se por um lado a China representa um desafio, pela crescente penetração de seus produtos no mercado brasileiro, Luis Curi, presidente da Chery Brasil, mostrou que a companhia está pronta a investir no País com a implantação de fábrica no município paulista de Jacareí. Ele convidou os participantes para o lançamento da pedra fundamental da nova unidade, no dia 19 de julho, que terá a participação de autoridades e diretores internacionais da companhia chinesa.
Seria uma incoerência investir aqui, ante a facilidade de importar no momento? Curi diz que não: "A Chery quer se tornar um dos grandes players no mercado internacional de veículos e isso exige uma presença importante no Brasil", esclareceu, revelando que a planta terá alto índice de automatização, apesar de não precisar exatamente quanto.
O simpósio mostrou algumas soluções adotadas para elevar a competitividade dos produtos brasileiros. Uma delas foi apresentada por Celso Placeres, diretor de Engenharia de Manufatura da Volkswagen do Brasil, que contou a experiência com a adoção da manufatura digital pela montadora, com aporte de R$ 23 milhões para a integração dos sistemas. Como resultado, é possível simular e otimizar processos, eliminando a possibilidade de erros no projeto e manufatura. “É possível obter reduções de custo expressivas e maior velocidade no desenvolvimento dos programas de manufatura", acentuou Placeres.
André Luiz Moreira, diretor de Manufatura de Caminhões da Mercedes-Benz, apresentou a experiência local da montadora alemã, que conta com know how da matriz na Alemanha no desenvolvimento de produtos e planejamento de fábricas. “No México teremos a primeira planta concebida com as melhores práticas de manufatura e conceitos otimizados”, revelou. Ele comentou, ainda, que a mesma experiência será estendida à fábrica da empresa em Juiz de Fora, Minas Gerais, que está sendo preparada para produzir caminhões pesados Actros, na primeira fase.
Na experiência evidenciada por Moreira, a Mercedes-Benz incentiva sinergias entre as diversas plantas regionais, entre as quais ocorre troca de serviços e produtos graças ao planejamento realizado na matriz. “A ideia é que todas as plantas façam produtos com os mesmos padrões e qualidade”, disse o diretor da Mercedes-Benz.
(Redação - Agência IN)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fornecedores | 29/06/2011 17:55
Fusão no varejo entre gigantes preocupa agroindústria
Representantes de fornecedores de leite longa vida, trigo, carne bovina e café torrado e moído consideram que a alta concentração do varejo é negativa em termos de negociação
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Fusão pode ser ruim para o consumidor final, na avaliação desses setores, pois a concentração nem sempre representa preços mais baixos
São Paulo - Setores agroindustriais estão preocupados com a possível fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e a operação brasileira do Carrefour. Representantes de fornecedores de leite longa vida, trigo, carne bovina e café torrado e moído consideram que a alta concentração do varejo é negativa em termos de negociação, por causa da perda do poder de barganha. Também pode ser ruim para o consumidor final, na avaliação desses setores, pois a concentração nem sempre representa preços mais baixos nas prateleiras dos supermercados.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a mercearia seca (cereais, farináceos, grãos, etc) representa a principal seção em termos de faturamento, com 23,4% do total em 2010. Os perecíveis (frios, laticínios, congelados) estão na sequência, com 13,8% de importância. Com análise separada dos demais perecíveis, o açougue teve 7,6% de participação e a seção de frutas, legumes e verduras ficou com 6,1% de representatividade. Outra área de peso para o setor foi a mercearia líquida, com participação de 12,2%.
O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, disse que a concentração no setor varejista é sempre danosa para os fornecedores, de maneira geral, e não deve ser diferente no caso da negociação de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil. Os varejistas aumentam seu "poder de negociação, o que pode significar pressão sobre os preços, contratos comerciais que se tornam difíceis de serem cumpridos pelo fornecedor, entre outros. Pior: esse tipo de movimento não significa que os preços dos produtos vão baixar ao consumidor", disse.
Nathan considera, no entanto, que o movimento é inevitável por causa da forte concorrência no varejo. "O que se teme é o efeito de desigualdade de negociação, fazendo com que pequenas e médias empresas principalmente se tornem inviáveis como fornecedoras para as grandes redes", acrescentou. Conforme dados da Abic, os supermercados são o principal canal de distribuição do café, representando cerca de 70% de todo o produto vendido no País. Em 2010, o consumo de café no Brasil alcançou cerca de 19 milhões de sacas de 60 kg.
O diretor executivo explicou que a negociação hoje com as redes varejistas já é muito complicada. "Os contratos apresentam diversos níveis de exigências, que muitas vezes o fornecedor não tem condições de arcar", garantiu. Ele citou, por exemplo, descontos impositivos, menor preço em comparação com a concorrência e o chamado 'enxoval', que são mercadorias gratuitas para inauguração de novas lojas.
Pequenas
Segundo Nathan, essa situação dificulta a participação de pequenas e médias empresas no grande varejo. "Hoje o número de marcas de café já é muito pequeno, cerca de 5 ou 6, nas grandes redes supermercadistas. Tempos atrás havia mais marcas, inclusive regionais, mas ocorreu uma seleção de fornecedores", concluiu.
De acordo com dados da Abras, o grupo das 50 maiores empresas do setor foi responsável pelo faturamento de R$ 128,8 bilhões em 2010. Juntas, somaram 6.041 mil lojas e empregaram cerca de 500 mil pessoas. O grupo das 50 maiores saltou de uma representatividade de 60% em 2009 para 64% no faturamento do setor em 2010.
Lácteos
A concentração também preocupa o segmento de lácteos, uma das cinco categorias mais vendidas nas redes do varejo de alimentos, considerou Nilson Muniz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV). "A indústria é penalizada. O processo beneficia mais o lado que está concentrado e gera uma relação desigual", afirmou. Toda a cadeia será pressionada, diz. "O comércio é o elo de ligação entre o produtor e o consumidor. E, no caso do leite, isso atinge mais diretamente o produtor. Não há milagres".
A entidade também vê com preocupação a possibilidade de ampliação das marcas próprias de leite da rede resultante da fusão. "Isso inibe a inovação, desenvolvimento de novos produtos", opina. De acordo com dados da entidade, a produção de longa vida deverá alcançar 5,7 bilhões de litros em 2011, com faturamento de R$ 10 bilhões. As redes de supermercados são o principal canal de vendas do segmento.
Trigo
Para um executivo do setor moageiro, se hoje a indústria de farinha de trigo já arca com custos expressivos para colocar seu produto em destaque nos supermercados, ou tê-lo em iguais condições entre as demais marcas, a prática ficará ainda mais onerosa com a junção dos dois grandes varejistas. Nas palavras desse empresário, a economia perde com o que chamou de "ditadura do varejo", pois são os pequenos e médios comerciantes - os que mais contratam mão-de-obra - os maiores prejudicados pela concentração, já que terão dificuldade para negociar.
Além da indústria, também o consumidor será prejudicado, disse a fonte, considerando que em algumas regiões a concorrência entre as duas empresas, que hoje faz diferença no preço, deixará de existir. Para o executivo, outra discrepância é a participação do BNDES na operação. "Por que o uso de dinheiro público nesta transação?", questionou.
No setor de carnes a apreensão é a mesma. "Estou preocupado há muito tempo com a concentração no varejo. É ruim para o consumidor e para as diversas cadeias do agronegócio", disse o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar. Para ele, as margens do varejo vão ficar ainda maiores do que já estão. Já o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, considerou que processos de concentração são irreversíveis, mas ressaltou a importância de haver regras que protejam o consumidor.
Uma pesquisa realizada pela Acrimat, junto com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostrou que, nos últimos cinco anos, enquanto a arroba do boi gordo se valorizou 85%, as peças comercializadas no varejo aumentaram 142%. "Alguém precisa ficar de olho nisso", alertou Vacari.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, a fusão não faz sentido. "Acho absurda essa concentração no varejo e ainda mais com a ajuda do BNDES. Espero que os órgãos públicos responsáveis por avaliar a operação ajam olhando o impacto sobre a agroindústria e o consumidor. Ainda não entendi a lógica da fusão", declarou.
O executivo de uma grande fabricante de bebidas, que preferiu não se identificar, declarou que "toda concentração no varejo é ruim para o setor industrial. Podemos perder nosso poder de negociação". "Mas vamos esperar o que vai acontecer, porque ainda há a briga entre os acionistas do Pão de Açúcar", completou.

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Crise: Com atrasos e corrupção, previsão inicial de US$ 1,5 bi disparou e acabou em ao menos US$ 12 bi
Gasto olímpico grego ilustra a perda de controle das finanças
Vitor Paolozzi | De São Paulo
29/06/2011

A realização das Olimpíadas de 2004 foi determinante para a crise da Grécia? Quando se imagina que hoje cada cidadão grego tem uma parcela de aproximadamente US$ 45 mil na dívida do país, é quase inevitável especular o quanto que os gastos desenfreados para viabilizar os Jogos de Atenas ajudaram para cavar o buraco atual. E, apesar de a resposta para a pergunta inicial ser não, um exame da aventura olímpica dos gregos serve para ilustrar por que hoje o país está à porta da União Europeia e do FMI com o pires na mão.
O roteiro percorrido de 1997, quando a cidade foi escolhida como sede, até 2004 traz pelo menos duas semelhanças com a organização dos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro e, ao que tudo indica, com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016: explosão no orçamento inicial e atrasos nas obras. Até hoje, sete anos após o término dos Jogos de Atenas, não existe um consenso sobre qual foi o valor total gasto.
Em 1997, autoridades gregas e o Comitê Olímpico Internacional estimaram um custo de aproximadamente US$ 1,5 bilhão. No final de 2004, o então ministro das Finanças da Grécia, George Alogoskoufis, disse que a conta bateu em US$ 11,9 bilhões. Em entrevista ao "The Times" londrino em 2009, um ex-integrante do governo, falando anonimamente, disse que o custo foi superior a US$ 17 bilhões. Mas, com a falta de transparência sobre os gastos, há quem estime que o país torrou 20, 25 ou até 30 bilhões de euros.
"No fim, os Jogos não são uma causa fundamental para a dívida grega. Mas talvez o país não devesse ter aceitado fazê-los, porque houve um gasto significativo de dinheiro", diz ao Valor Spyros Economides, professor da London School of Economics.
Victor Matheson, professor de economia na College of the Holy Cross, em Worcester (EUA), e autor de vários estudos sobre o impacto econômico de grandes eventos esportivos, julga que "as Olimpíadas certamente são um reflexo dos problemas que o país como um todo enfrenta".
"Neste momento, a dívida da Grécia em proporção ao PIB é de aproximadamente 110%. As Olimpíadas acrescentaram cerca de cinco pontos percentuais nisso. Assim, em termos de tamanho total, os Jogos são uma pequena parte do problema. Contudo, eles levaram a gastos perdulários que não foram pagos e que talvez tenham reiniciado o hábito da Grécia de gastar em excesso", diz.
Para Jason Manolopoulos, autor do livro "Greece's Odious Debt", recém-publicado nos Estados Unidos e no Reino Unido, as Olimpíadas são "apenas mais um exemplo de má administração, corrupção, clientelismo e pensamento de curto prazo."
No ano passado, o ex-ministro dos Transportes Tassos Mantelis admitiu em depoimento ao Parlamento grego ter recebido propina de US$ 120 mil em 1998 da Siemens. A empresa alemã é suspeita de subornar autoridades gregas para vencer concorrências para equipamentos de segurança empregados na vigilância dos Jogos.
Segundo a revista alemã "Der Spiegel", também a operadora de ferrovias Deutsche Bahn possivelmente recorreu a subornos para ganhar a concorrência de um contrato do metrô de Atenas.
Além da corrupção, os Jogos também forneceram exemplos de ineficiência, má administração e planejamento falho. Houve atrasos nas obras, o que obrigou gastos extras para terminá-las em tempo. E, hoje, várias das instalações construídas para abrigar as competições estão abandonadas. O pior, no entanto, é que as despesas continuam correndo. No ano passado, a imprensa grega revelou que a agência criada para administrar a Vila Olímpica vem aumentando desde 2006 o seu número de funcionários, contratando profissionais como designers gráficos, especialistas em comunicação e psicólogos.
Após a amarga experiência olímpica grega, Manolopoulos e Economides apontam algumas lições para o Brasil. "Um projeto de infraestrutura, como o do metrô, vale mais do que uma cobertura luxuosa para um estádio", diz Manolopoulos. "O principal é manter os custos tão baixos quanto possível, e não ser extravagante, fazendo construções que serão inúteis. Creio que está ficando cada vez mais difícil justificar para um contribuinte porque se deve promover esses Jogos se eles vão custar uma soma fenomenal de dinheiro", completa Economides.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Indústria química tem crescimento prejudicado por paralisações
Seg, 27 de Junho de 2011 14:48
A indústria química brasileira vem passando nos últimos anos por um aumento da competição com produtos importados. Além de preços mais acessíveis no mercado externo, ainda enfraquecido, as importações de químicos têm a seu favor o câmbio apreciado. Com isso, apesar do aumento da demanda doméstica (consumo aparente) em 4,2% nos primeiros quatro meses do ano em relação ao mesmo período de 2010, a produção de químicos no País está registrando queda de 5,6%, também refletindo o efeito da restrição de energia elétrica no Nordeste, que prejudicou o abastecimento de químicos básicos em toda a cadeia. Sem alterações no cenário internacional, a equipe econômcia do Bradesco acredita que a indústria nacional registrará desempenho modesto neste ano, ainda que observemos alguma melhora na produção ao longo do ano, o que resultará em expansão de 1,8% na produção em 2011.
A produção nacional de produtos químicos recuou 5,6% no acumulado deste ano (dados disponíveis até abril) em comparação ao mesmo período de 2010, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O fraco desempenho da indústria vem ocorrendo apesar da demanda doméstica por químicos continuar crescendo, ainda que refletindo a expansão moderada da economia brasileira. A saber, o consumo aparente registrou expansão de 4,2% no ano na mesma base de comparação, ritmo mais moderado do que o verificado no último ano, mas ainda assim positivo.
Em relatório o departamento econômico do Bradesco, ressalta dois fatores que explicam o desempenho enfraquecido do setor. Primeiro a paralisação de uma central petroquímica no Polo de Camaçari (BA), devido à interrupção do fornecimento de energia no Nordeste. Dessa forma, em fevereiro a produção nacional de químicos registrou queda de 18,9% na comparação interanual. Apesar do fornecimento de energia ter sido interrompido por nove dias, a central petroquímica só foi religada quatorze dias após o início da paralisação e, mesmo após o retorno das operações, a unidade ficou pelo menos um mês operando com cerca de 70% da capacidade de produção. Além de afetar a produção de petroquímicos básicos, notadamente de eteno, e a produção de outros químicos na região3, o abastecimento da cadeia foi afetado inclusive no restante do País. Isso porque a central petroquímica de Camaçari é responsável por aproximadamente 1/3 da produção nacional de petroquímicos básicos, além de possuir diversas empresas do setor instaladas no polo.
O segundo fator, mais estrutural, está ligado à baixa competitividade da indústria nacional, o que é explicado pela utilização da nafta no processo produtivo ao invés do gás natural. Entre esses dois principais insumos para a fabricação de petroquímicos básicos, o primeiro é relativamente mais caro do que o gás natural, além de ser menos eficiente. Com custo menor, as unidades com base em gás natural oferecem preços mais atrativos e, nos últimos anos, tem-se observado o fechamento de diversas unidades baseadas em nafta localizadas notadamente na Europa e nos Estados Unidos, limitando também a expansão em outras regiões, como é o caso do Brasil.
A despeito da expansão marginal nos últimos anos, a capacidade de produção brasileira de petroquímicos básicos não é suficiente para atender a demanda local. A última planta instalada no País entrou em operação em 2005 e responde hoje por 15% da produção doméstica. Uma nova unidade está em construção, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), que deverá entrar em operação em 2014, ampliando a capacidade de produção de eteno em 1,3 milhão de toneladas ao ano, um aumento da capacidade de 34% em relação ao ano passado6. A nova unidade terá como fonte primária o gás natural proveniente da Bacia de Campos, o que deverá torná-la mais competitiva do que as outras plantas instaladas no País; isso, juntamente como aumento da demanda interna, justifica o investimento. Esses quase dez anos sem grandes projetos de investimentos (entre 2005 e 2014), seja para novas plantas ou para a ampliação das existentes, manteve praticamente inalterada a capacidade de produção de petroquímicos básicos, ampliando a participação dos produtos importados no consumo doméstico, favorecido também pela apreciação do câmbio. Assim, o valor importado de produtos químicos passou a responder por 22,8% do consumo aparente em 2009 (último dado disponível), ante 16,1% em 2006.
Para atender o crescimento da demanda mundial por químicos na última década, os investimentos para a construção de novas unidades petroquímicas estão se concentrando nas regiões onda há excesso de gás natural, destaque para o Oriente Médio e a Ásia. Essa reestruturação é um processo de âmbito mundial, intensificado no pós-crise, mas que já vinha ocorrendo nos últimos anos, como indica o gráfico a seguir. O Oriente Médio é grande produtor de petróleo e gás natural e tem sido a região mais promissora: a capacidade instalada de eteno na região quase triplicou nos últimos 10 anos, sendo que grande parte do aumento se deu em 2010. A Arábia Saudita é o país que vem recebendo o maior incremento na expansão da capacidade do Oriente Médio, sendo responsável por mais de 50% do total.
A Ásia também deve ser citada como grande receptora dos aportes no setor, ainda porque é a região com maior capacidade de produção de eteno. Para explicitar, a capacidade produtiva na Ásia registrou expansão de 87% na última década, sendo que a China é responsável por aproximadamente 50% do acréscimo na capacidade da região.
Mais recentemente, o excesso de gás nos Estados Unidos também merece ser citado. O país está com excesso da commodity desde o final de 2010, fazendo com que diversas plantas retomem suas operações, antes paralisadas por não serem competitivas. Como os Estados Unidos é o principal provedor de produtos químicos para o Brasil, respondendo por cerca de 20% das importações do setor, o aumento da competição desse país passa a ser um fator de pressão para a indústria nacional.
Em resumo, com o mercado internacional ainda enfraquecido e com preços mais atrativos, as importações de produtos químicos continuarão ganhando importância dentro do consumo doméstico. Até porque a ausência de grandes projetos no País no curto prazo limita a expansão da capacidade instalada no setor. Incluindo a paralização não programada das unidades químicas na região Nordeste por um período considerável, apesar de pontual, não há dúvidas de que a indústria química deverá ter seu crescimento prejudicado este ano, ainda que alguma recuperação na margem seja esperada. Neste ano a indústria química de uso industrial deverá registrar aumento de 1,8%, taxa inferior ao restante da indústria, que deverá fechar o ano com aumento de 3,6%.
A indústria química brasileira, que responde por 3,2% do PIB brasileiro e por 11% da indústria total, é segmentada em três gerações. A 1ª geração é formada por quatro centrais petroquímicas, localizadas em Capuava (SP), Triunfo (RS), Duque de Caxias (RJ) e Camaçari (BA). A 2ª geração é composta pelas fabricantes de produtos intermediários e a 3ª geração pelas empresas produtoras de bens finais, como farmacêutica, embalagens e defensivos agrícolas,entre outras.
A maior parte do faturamento da indústria química, 46%, se refere à indústria de químicos para uso industrial, que inclui produtos usados na fabricação de químicos do próprio setor, segmento discutido neste estudo. Outros 36% do faturamento são provenientes de produtos farmacêuticos, higiene pessoal e adubos e fertilizantes.
Entre os químicos de uso industrial, as resinas termoplásticas ganham destaque, com 28% da produção, seguida pelos petroquímicos básicos (22%) e intermediários para fertilizantes (10%).
O setor tem uma característica cíclica, dado que os investimentos levam um período longo de maturação e, por isso, o aumento da produção ocorre periodicamente e em grandes volumes. Como a demanda não cresce na mesma proporção, há desequilíbrios entre oferta e demanda que resultam em períodos de preços elevados e períodos de margens comprimidas.
As centrais petroquímicas fazem paradas programadas para manutenção que requerem a paralisação total da planta entre 25 e 30 dias.
Ranking mundial 2010: o Brasil ocupa a 8ª colocação, com 2,7% da capacidade mundial de químicos. Japão e Coreia do Sul são os maiores produtores, com 5,5% e 5,3% da capacidade de produção, respectivamente. Por outro lado, os Estados Unidos e a China possuem o maior faturamento da indústria química, sendo responsáveis por 19,6% e 18,5%, respectivamente. Nesse ranking, o Brasil continua na 8ª colocação.
As exportações do setor somam US$ 6,95 bilhões, o que corresponde a 6,7% das exportações totais do Brasil e a 15% da produção de produtos químicos (uso industrial). Os principais produtos exportados são resinas termoplásticas.
As importações da indústria química somam US$ 11,58 bilhões, participando com 18% das importações totais brasileiras e com 23% do consumo nacional de químicos (uso industrial). Os principais produtos importados são matérias-primas para defensivos agrícolas.
(MLC - Agência IN)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Distribuição de renda | 27/06/2011 14:35
FGV: Brasil lidera redução de desigualdades entre Brics
Nos outros emergentes, dados macroeconômicos mostram avanço superior ao dos índices das classes sociais
Circe Bonatelli, da
No Brasil, renda das famílias tem crescido em média 1,8 ponto percentual acima do PIB
São Paulo - O Brasil é o país dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com os melhores indicadores de redução das desigualdades sociais, de acordo com a pesquisa "Os Emergentes dos Emergentes", divulgada hoje em São Paulo pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento apura que no Brasil a evolução dos indicadores das classes sociais têm mostrado desempenho superior ao dos dados macroeconômicos, enquanto nos demais membros dos Brics a relação é a oposta. "A desigualdade está caindo muito mais no Brasil do que em outros emergentes", afirma Marcelo Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV.
No Brasil, a renda familiar tem crescido em média 1,8 ponto porcentual acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), anualmente entre 2003 e 2010, a melhor relação entre os emergentes. Já na China, a relação é inversa: a renda familiar vem crescendo dois pontos porcentuais abaixo do PIB do período. "Aqui o microssocial está evoluindo melhor do que o macroeconômico", aponta Néri.
Na década de 2000, o Brasil também teve a segunda melhor taxa de crescimento anual da renda domiciliar per capita entre os 20% mais pobres, com alta de 6,3%, atrás apenas da China, que teve 8,5%. Em seguida vem a África do Sul (5,8%) e a Índia (1%).
Ao mesmo tempo, a taxa de crescimento anual da renda familiar dos 20% mais ricos foi mais intensa nos outros países: China (15,1%), África do Sul (7,6%), Índia (2,8%) e Brasil (1,7%). "O bolo da renda dos mais pobres cresce mais que a dos mais ricos no Brasil", aponta Néri.
Futuro
A pesquisa da FGV também cita dados da pesquisa realizada pelo Instituto Gallup, em 2009, em 146 países, sobre a perspectiva de satisfação da população com a vida para os cinco anos seguintes (até 2014). Nesse quesito, o Brasil é recordista em felicidade futura, com pontuação de 8,7 numa escala de zero a 10. O segundo no ranking global é a Jamaica, com 8,3 pontos. Já entre os Brics, a África do Sul tem 7,2 pontos (46º), China 6,4 pontos (92º), Rússia 6 pontos (119º) e Índia, 5,7 pontos (128º).

GESTÃO da MUDANÇA
Vamos falar um tanto sobre Gestão da Mudança. Primeiro vamos entender Gestão como Analisar, Planejar, Implementar, Controlar e Aprimorar. E Mudança como a tarefa de modificar (sem coerção) modos tradicionais de comportamento na organização.
Já deu pra perceber que vamos acabar falando de liderança e de cultura organizacionais, né? Pois é, mas, por enquanto, só no curso.
E Gestão da Mudança, então, é o processo de analisar, planejar, implementar, controlar e ajustar a mudança organizacional. Puxa, falei processo, não foi? Então, é que, de acordo com a boa gestão estratégica organizacional, a empresa deve estar mudando sempre (gestão estratégica é a tarefa de manter a empresa sempre adequada ao ambiente onde ela opera, sendo que a palavra ambiente aqui tem um significado mais amplo que o mero ambiente físico). O caso é que o ambiente está sempre mudando, então a organização deve sempre mudar também. Aquela história de que tudo muda...
E chamemos de agente da mudança a pessoa que recebe a tarefa de liderar esse processo (não é o cara da Granero nem da Gato Preto. Alías, essas são o tipo de empresa que está sempre em mudança...).
Considera-se iniciado o processo quando o agente é colocado na tarefa mudancista, com o devido apoio e prestígio e meios etc. O melhor é que o líder da mudança seja o 01 da empresa, claro.
O Agente da mudança deve ter algumas características pessoais: resiliência, liderança, visão, isenção, e principalmente a facilidade em ver a organização segundo um enfoque “de fora”. E poder, o qual deve ser fornecido pelo sistema de liderança e pelo mais elevado nível de gestão da empresa.

Mas, antes, por que o ambiente está sempre mudando? Por que está mudando agora? Pra quem não gosta de mudanças poder malhar no próximo Sábado de Aleluia: a culpa é da contínua evolução educacional, cultural, científica e tecnológica. Daí você entende por que muitos povos são mantidos na maior ignorância possível: é a evolução contínua do conhecimento que traz as mudanças.
ORGANIZAÇÃO, AMBIENTES, MUDANÇAS



MUDANÇAS AMBIENTAIS que induzem as MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS:

MUDANÇAS ECONÔMICAS: abertura comercial, integração de países em blocos econômicos, adoção geral do câmbio flutuante, guinada rumo ao liberalismo, fluxos de capital global, desregulamentações.
MUDANÇAS TECNOLÓGICAS: microinformática, telecomunicações, internet, nanotecnologia, biotecnologia, aceleração da disseminação de novas tecnologias de gestão e do conhecimento.
MUDANÇAS POLÍTICAS: decadência das ditaduras, ascensão da democracia (queda geral de regimes totalitários), privatizações, abertura.
MUDANÇAS SOCIAIS: liberação feminina, revolução sexual, participação feminina no trabalho, flexibilização do conceito de família, mudanças nos padrões de vida e nos gostos, ativismo social, ecologia, sustentabilidade, evolução educacional e cultural, sites de relacionamento, redes sociais.
Se a organização (que é um grupo de pessoas) não se adequa permanentemente ao ambiente em contínua mudança, surgem sintomas organizacionais que indicam necessidade de mudança:

SINAIS QUALITATIVOS DE NECESSIDADES DE MUDANÇA

• Problemas de liderança
• Desorientação estratégica
• Falta de antecipação a mudanças no contexto externo
• Ausência de objetivos claros
• Problemas nos sistemas de informação e no controle da gestão
• Desbalanceamentos na alocação dos recursos
• Estrutura pesada e burocrática
• Falta de desenvolvimento tecnológico
• Diminuição na motivação do pessoal e alta rotatividade
• Excessiva centralização
• Redução da qualidade dos produtos ou produtividade dos recursos
• Insatisfação dos clientes

SINAIS FINANCEIROS DE NECESSIDADE DE MUDANÇAS
 Prejuízos
 Diminuições na rentabilidade
 Reduções nas vendas
 Aumentos nos custos
 Crescimento das dívidas
 Reduções de investimentos
 Deteriorações dos valores patrimoniais


O M.Sc. José Carlos é também Especialista em Gestão da Qualidade e Analista de O&M. E Coordenador do CDProf em Gestão da Mudança do IGEC.

sábado, 25 de junho de 2011

Enviado por Míriam Leitão - 25.6.2011| 9h14m
Coluna no GLOBO

Calma, rapazes
Uma foto nos jornais da semana passada mostra Dilma num encontro com governadores. Ela está na frente, cercada por um mar de homens, atrás está Ideli Salvatti. A foto informa: as mulheres começam a chegar no poder que é quase inteiramente masculino no Brasil, como em todos os países, alguns mais, outros menos. Tudo está como antes, as mulheres deram apenas um passo à frente.

Darão outros. Isso é certo. Mas ao volante, no trânsito, quando homens erram é normal; quando mulheres erram vem a frase: “Está vendo? Só podia ser mulher”. Na política, qualquer erro será comentado com a mesma atitude. Por outro lado, algumas mulheres reagirão às críticas dizendo que são machistas.

É erro recusar qualquer crítica como sendo machismo; é erro apostar no fracasso só porque as mulheres comandam a Presidência e alguns ministérios-chave. Elas não darão certo por serem mulheres e terem algum dom especial dado pela condição feminina; nem estão condenadas ao fracasso por serem mulheres. Elas têm o direito de governar, errar e acertar, como todos outros. Há mulheres honestas e desonestas; hábeis e inábeis; capazes e incapazes. Como os homens.

Faça uma lista de homens incompetentes que assumiram ministérios, que fizeram feio, que cometeram erros. Ela será extensa, portanto não precisa concluí-la porque não haverá tempo suficiente para tão longa lista. Esse é um assunto complicado em que as palavras podem ser sempre mal interpretadas até entre pessoas que compartilham a mesma visão de mundo, a mesma história, os mesmos valores.

As duas mulheres das quais a presidente Dilma se cercou na última mudança no Ministério não parecem ter as qualidades que se espera dos cargos — capacidade de negociação em Ideli; experiência em Gleisi Hoffmann — mas se falharem, o erro será tratado como coletivo, como uma falha do gênero, como o erro da mulher que faz alguma barbeiragem no trânsito. Apontar essas falhas não é apostar no fracasso delas; é natural a crítica como seria natural se fosse dirigida aos homens.

O que fica de uma leitura dos jornais, comentários, análises e piadas, em geral de mau gosto, sobre o governo Dilma é a sensação de que se instalou uma república de mulheres no Brasil. O poder ainda é essencialmente masculino aqui. Os homens têm 25 dos 27 governos estaduais; mais de 90% dos mandatos na Câmara; mais de 85%, no Senado; 86% dos cargos de direção nas 500 maiores empresas do país. Mulheres ocupam menos ministérios no Brasil do que no governo de Michelle Bachelet no Chile. No mundo inteiro o poder é essencialmente masculino.

Há quem diga que não importa se é mulher ou homem, o importante é que seja competente. Parece simples e meritório o argumento, mas ele deixa de notar as estatísticas acima. O fato é que, apesar de não haver qualquer evidência de que competência ou a falta dela é atributo de gênero, são os homens que governaram a República desde que ela foi proclamada em 1889. Esse monopólio foi quebrado por Dilma Rousseff no dia primeiro de janeiro de 2011. Então importa sim que haja mulheres nos cargos para que se comece a construir a igualdade de oportunidades e comece a ser desmontado um abusivo e odioso monopólio.

Só o mérito nunca rompeu a inércia que dá aos dominantes o domínio como se ele fosse uma capitania. Por isso cada passo desse avanço é importante. A presidência de Dilma Rousseff tem a preocupação de quebra do monopólio dos homens em cargos estratégicos. Ótimo. Mas isso não significa que foi montado um “clube da luluzinha”, basta constatar que os homens continuam maioria; nem isso significa que as mulheres não cometerão erros.

A ideia de que exista uma forma feminina de governar é a repetição da visão de que homem é razão, mulher, sentimento; mulher, amor; homem, paixão; mulher é vênus, homem é marte; ou qualquer uma dessas ridículas definições de supostas diferenças que seriam determinadas pelo gênero. Cada pessoa governará com sua capacidade, temperamento, estilo, virtude e defeito que não são condições dadas pelo gênero.

Outro dia, a mais um dos inúmeros empresários que reclamam comigo do suposto apagão de mão de obra que o Brasil estaria vivendo, perguntei se ele poderia explicar, neste contexto de suposta escassez, a razão para o desemprego da mulher ser tão alto. Ele fez cara de espanto e expliquei que pelos dados do IBGE é assim: se for homem, o desemprego é 5%; se for mulher, é 8%. O número das mulheres é de país em crise — afinal os EUA se debatem em grave crise pelos 9% de desemprego. Ele não tinha ideia, alegou que gosta mais de trabalhar com mulher e disse que não sabia explicar o fato. Não há explicação além da discriminação. As mulheres brasileiras pelas estatísticas estão mais qualificadas do que os homens. E têm sido discriminadas.

O preconceito contra as mulheres não acabará porque uma mulher governa o Brasil. O poder continuará por muito tempo majoritariamente masculino no país. As mulheres vêm avançando devagar na política, no mercado de trabalho, nos feudos antes exclusivamente masculinos. Muitas vezes, apesar de todos os méritos, as mulheres serão barradas, como foram no passado. Calma, rapazes. O poder ainda é masculino. Mas não o será eternamente.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

23/06/2011 - 13:56
ONU: Brasil é principal rota da cocaína para a Europa
Relatório mostra que, em apenas quatro anos, subiu de 25 para 260 o número de carregamentos da droga com origem no Brasil em território europeu
O Brasil é hoje a principal rota utilizada por traficantes de drogas para o envio de cocaína à Europa, revela estudo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), divulgado nesta quinta-feira. De acordo com o relatório, é do território brasileiro que sai a maior quantidade da droga enviada da América Latina para o território europeu.
Em apenas quatro anos, subiu de 25 para 260 o total de apreensões de cocaína advinda do Brasil na Europa. Segundo o relatório, em 2005 foram apreendidos pelas autoridades 339 quilos da droga originária do Brasil, ante 1,5 tonelada em 2009.
De acordo com os dados do UNODC, o Brasil é o oitavo país do mundo em quantidade de cocaína e crack apreendidos em todo o mundo em 2009 – foram 24.052 quilos, o que corresponde a 3% do total daquele ano. Essas apreensões cresceram significativamente entre 2004 e 2009 – passaram de 8 para 24 toneladas.
As autoridades da Angola também informaram ao escritório da ONU que o Brasil é o único país americano que destina cocaína para lá – os demais fornecedores são países africanos, como África do Sul, Namíbia e República Democrática do Congo.
Crack – A pesquisa indica que as apreensões de crack no Brasil têm tido destaque em toda a América. Em 2008, foi justamente aqui que se deu a maior apreensão da droga em todo o continente: 374 quilos.
Consumo – O relatório aponta também que Brasil, Argentina e Chile juntos respondem por mais de dois terços dos usuários de cocaína da América Latina. A maioria deles está concentrada justamente em terras brasileiras: 900.000 usuários, o correspondente a 33% do total de 2,7 milhões de usuários. A droga é também considerada a substância que mais causa dependência e morte nesses países. Já quando se observa a compra de entorpecentes em todo o mundo, a América do Norte aparece na frente - é considerada o maior mercado mundial de drogas.
O UNODC acrescenta que o Brasil tem um dos mais altos índices na América do Sul de uso não-médico de analgésicos vendidos sob prescrição médica.

EDUCAÇÃO
21/06/2011 - 18:17
Dilma faz conta certa ao visitar Olimpíada de Matemática
Evento desperta estudantes brasileiros para uma área em que, em geral, eles obtêm resultados decepcionantes
Nathalia Goulart
A presidente Dilma Rousseff participou nesta terça-feira, no Rio, da entrega de medalhas a 504 estudantes de todo o país que conquistaram as melhores posições na VI Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas de 2010. A visita não é desnecessária ou irrelevante, como muitos dos compromissos que lotam as agendas de chefes do Executivo. Ao contrário. Trata-se do reconhecimento de que a política educacional merece atenção especial da presidente – e, nesta área, os números merecem mais atenção ainda.
A Olimpíada, organizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em parceria com o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), completa sete anos de existência. Em 2005, em sua estreia, contou com a participação de 10,5 milhões de estudante de 31.000 escolas. Em 2010, foram 19,6 milhões de crianças de 44.700 escolas – uma evolução de 86%. Atualmente, 99,1% dos municípios estão inscritos na disputa. As provas são dirigidas a alunos que cursam do quinto ao oitavo ano do ensino fundamental e a aqueles que frequentam as três séries do ensino médio das redes municipal e estadual.
Despertar o interesse dessas crianças pela matemática, pelo raciocínio lógico e pela abstração, portanto, é crucial para o avanço educacional de que o país precisa. Dados do Pisa, avaliação internacional organizada pela OCDE (instituição que reúne as nações mais desenvolvidas do mundo) mostram que os alunos brasileiros atingiram 386 pontos em matemática. É pouco, muito pouco: a média sugerida pela organização é 496 pontos. A China, líder do Pisa, atingiu 600 pontos nesta disciplina.
Outro levantamento, desta vez realizado pelo movimento independente Todos Pela Educação, evidencia o déficit matemático dos escolares brasileiros. Ao fim do quarto ano do ensino fundamental, apenas 32,6% dos alunos dominam o conhecimento que deveriam possuir em matemática. Ao fim do nono ano, esse número cai para 14,8%. No fim do ciclo do ensino médio, encontra-se o pior resultado: somente 11% sabem o que deveriam quando o assunto são números.
O problema, acreditam os especialistas, está nos primeiros anos da vida escolar. “A matemática tem peculiaridades. Ela é sequencial: quem não aprende a somar, não aprende a multiplicar. Quem não aprende a multiplicar, não aprende a dividir. Se em algum momento a criança não foi bem nesse processo, ela está condenada a não ir bem nas outras etapas”, disse ao site de VEJA Suely Druck, diretora das Olimpíadas de Matemática e professora do curso de matemática da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Some-se a isso outro problema – a má formação de muitos docentes brasileiros – e tem-se uma combinação explosiva. Atualmente, nos anos inicias do ensino fundamental (primeiro a quarto), as aulas são ministradas por professores que cursam pedagogia, carreira cuja qualidade dos cursos, em geral, é ruim. O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) mostra que 20% do total dos cursos de pedagogia apresentaram desempenho insuficiente, obtendo nota 1 ou 2. Somente 2,7% dos cursos obtiveram desempenho máximo (nota 5).
Nos anos finais do ensino fundamental (quinto a nono), onde a licenciatura é obrigatória, 49,7% dos professores de matemática dão aula sem formação superior adequada ao ensino da disciplina. No ensino médio, esse número cai para 44,4%, mas segue sendo alarmante. Diante dos dados, é fácil concluir: as contas não fecham no ensino nacional de matemática.

23/06/2011 - 17:14
Brasil comemora acordo do G20 sobre commodities
Para o ministro da agricultura, Wagner Rossi, o país está pronto para participar da ampliação da oferta de alimentos
Brasil quer participar da ampliação da oferta mundial de alimentos (Cristiano Mariz)
O Brasil destina parte do seu excedente agrícola a 180 países
O governo brasileiro viu com bons olhos o acordo aprovado pelo G20 nesta quinta-feira para tentar conter a expressiva volatilidade dos preços das commodities agrícolas. De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as novas diretrizes não significam controle de preços – possibilidade que chegou a ser cogitada no passado por alguns integrantes do bloco, sobretudo os europeus –, mas sim melhores condições para ampliar a oferta de alimentos.
“Isso (o novo acordo) não significa que venhamos a controlar os preços”, disse o ministro da agricultura, Wagner Rossi. “O único mecanismo que existe para reduzir os preços é ampliar a oferta de alimentos”. Rossi desembarcou em Paris nesta terça-feira para participar das reuniões do G20 – a primeira com titulares das pastas de agricultura de todos os países do grupo, que respondem por 85% da produção agrícola mundial.
A decisão coincide com a posição do governo brasileiro, que é favorável à criação de instrumentos que ajudem a garantir a segurança alimentar. “Estamos dispostos a ampliar a nossa participação na oferta de alimentos, em condições justas, mas sem imposição de barreiras”, argumentou Rossi.
Para o ministro, a especulação é uma das grandes vilãs do alto preço das commodities. “Não se deve deixar pontas soltas porque uma financeirização das commodities pode gerar especulação”, admitiu.
O Brasil tem se destacado pela defesa de uma regulação mais eficiente das transações financeiras que têm como base contratos que envolvem produtos agrícolas, pois estes tendem a aprofundar tendências de alta ou de baixa das cotações que são intrínsecas a esta atividade – em suma, essas operações ampliam a volatilidade dospreços. Da mesma forma, o país é ferrenho opositor de propostas para o controle de preço, como imposição de limites e formação de estoques reguladores, pois esses instrumentos, em última instância, poderiam inibir a produção. Ampliar a oferta é tida pelo governo brasileiro como fator crucial para solucionar a crise existente hoje no segmento.
Outro fator benéfico do acordo ao Brasil é o fato de que o país é um dos poucos do mundo com condições de ampliar a oferta de produtos agrícolas para abastecer o mercado interno e também garantir suprimento a outros mercados. Atualmente, o Brasil destina parte do seu excedente agrícola a 180 países. “Quando há competição justa, o país ganha nove em cada dez disputas”, apontou Rossi.

23.06.2011 - 01h25
O que a Rússia já sabe e o Brasil ainda não aprendeu
Ricardo Araujo
Vídeo promocional do novo complexo esportivo do Dynamo de Moscou.
Ao custo de US$ 1,5 bilhão, e com o naming do Banco VTB, a Rússia ergue um complexo no centro de Moscou, em pleno Petrovsky Park, que compreende estádio de futebol com 45 mil lugares (um dos espaços da Copa 2018), arena indoor com 15 mil, centro comercial, e prédios residenciais e de escritórios. Junta infra esportiva, projetos imobiliários lucrativos, e revitalização urbana. Tudo que o Brasil deveria fazer mas não faz. Veja o vídeo e aumente o som. Vale a pena.
http://ping.fm/jj27g

Esporte | 24/06/2011 09:37
Fifa volta a mostrar preocupação com obras da Copa
O Brasil está mergulhado em problemas organizacionais e burocráticos desde que foi anunciado como sede em 2007

É provável que algumas instalações, incluindo o estádio do Maracanã, só deverão ficar prontos apenas algumas semanas antes do início da Copa do Mundo
Moscou - A Fifa mostrou que continua preocupada com a lentidão dos preparativos do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 ao declarar que os dirigentes parecem ter investido mais energia para que o País fosse escolhido a sede do torneio do que para organizá-lo. "Nós não temos estádios, não temos aeroportos", disse nesta sexta-feira o secretário-geral Jerome Valcke, em um fórum sobre o futebol em Moscou.
Ele acrescentou que parecia cada vez mais provável que algumas instalações, incluindo o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, só deverão ficar prontos apenas algumas semanas antes do início da Copa do Mundo. "O Maracanã [ainda] não é um estádio de Copa do Mundo", disse Valcke, acrescentando que no Brasil "a questão principal não é organizar a Copa do Mundo, mas ganhar a Copa do Mundo".
O Brasil, que ganhou os direito de receber a Copa do Mundo depois de outras nações sul-americanas retirarem suas propostas, está mergulhado em problemas organizacionais e burocráticos desde que foi anunciado como sede em 2007. Trabalhadores realizaram uma greve neste mês e paralisaram as obras do Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, que é uma das cidades que tentam sediar o jogo de abertura, assim como Brasília e São Paulo.
No dia 15, a Câmara dos Deputados aprovou o texto básico da medida provisória que cria regras especiais de licitação para a construção de estádios e outras obras para Copa e a Olimpíada, conhecido como Regime Diferenciado de Contratações Públicas. Mas a votação da medida provisória só será concluída com a votação das propostas de mudanças apresentadas pela oposição, o que deverá ocorrer na próxima semana.

http://ping.fm/r7278

24/06/2011 - 06:23
Para a Fifa, Rússia-2018 já está na frente de Brasil-2014

Secretário-geral Valcke volta a criticar ritmo das obras no Brasil: 'Não tem nada'

Jerome Valcke, secretário-geral da Fifa

"Nós ainda não temos estádios, nós ainda não temos aeroportos. Eles ainda têm muito o que entregar", reclamou o dirigente da Fifa, ao falar sobre os brasileiros

A Fifa voltou a manifestar sua preocupação com o andamento das obras para a Copa do Mundo de 2014. Em visita à Rússia, nesta sexta-feira, o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, lamentou o fato de o Brasil ter dado mais valor para sua escolha como sede do que para o trabalho de organização do evento. "Nós ainda não temos estádios, nós ainda não temos aeroportos", reclamou Valcke durante um evento da Fifa em Moscou.

"Eles ainda têm muito o que entregar", disse o cartola sobre os brasileiros. "Nós não podemos ter um estádio pronto no último minuto", completou Valcke. O secretário-geral da Fifa fez uma comparação desfavorável ao Brasil com a Rússia, que no ano passado foi anunciada como a sede do Mundial de 2018. "Os estádios são as coisas mais importantes. Nós estamos mais avançados na Rússia do que no Brasil," disse.

O secretário-geral disse que mesmo obras de grande porte, como o estádio do Maracanã, que deverá receber a final, talvez fiquem prontas faltando apenas algumas semanas para o início da competição. Trata-se da primeira aparição pública de Valcke após o escândalo que se envolveu em maio passado após afirmar que o Catar "comprou" o direito de sediar a Copa em 2022.

Comentários

Romeu Paris
Há tempo de desistir ainda. O mico será menor se sairmos fora dessa agora do que deixarmos mais para frente. Falta competência, honestidade e espírito patriótico por parte de quem propôs sermos a sede da Copa sabendo de nossas limitações do estado corrupto que tem o Brasil.

24.06.2011
Marcos
Parece aquela música: "... é devagar, é devagar, é devagar, é devagar, devagarinho..." Mas para passar a mão naquilo que não lhes pertencem esses cabras são super rápidos. Seria uma boa a copa ser transferida para outro país, mas essas obras iniciadas não fariam nenhuma diferença aqui, pois apenas se juntariam às tantas outras obras inacabadas, fantasmas.

24.06.2011
Elisabeth
LULA, cadê você e sua conversinha barata para desmentir isto??????? Sumiu??? ...o lado bom disto é que talvez gtraças ao futebol a farça desta ditadura em que vivemos acabe de vez!!! ACORDA BRASIL!!!!

24.06.2011
Aline Godoy Ribeiro
"...lamentou o fato de o Brasil ter dado mais valor para sua escolha como sede do que para o trabalho de organização do evento." Isso é mesmo a cara do Brasil. Vergonha!!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Celia Cosenza enviou uma mensagem para você.

Data: 22/06/2011

Assunto: Dedix - Divulgação de Vagas

Boa tarde!

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• Disponibilidade para viagens (Brasil e exterior).

Benefícios: Plano de Saúde, Plano Odontológico, Vale Refeição, Previdência Privada, PLR, Auxílio Creche (para mulheres).

Local de Trabalho: Centro - Rio de Janeiro.

Interessados e, dentro do perfil, gentileza encaminhar currículo com pretensão salarial para vagas@dedix.com.br, especificando no assunto: ENGENHEIRO DA QUALIDADE.

ANALISTA DE RECURSOS

Requisitos Imprescindíveis:
• Formação: Superior completo em Administração ou Direito.
• Experiência em atividades que envolvam área jurídico-trabalhista, como cadastro e organização de documentos para audiências, perícias e afins.
• Bons conhecimentos da área de Administração de Pessoal (folha de pagamento, rescisão, benefícios, etc.).
• Domínio do pacote Office.

Local de Trabalho: Centro - Rio de Janeiro.

Benefícios: Plano de Saúde, Plano Odontológico, Vale Refeição, Previdência Privada, PLR, Auxílio Creche (para mulheres).

Interessados e, dentro do perfil, gentileza encaminhar currículo com pretensão salarial para vagas@dedix.com.br, especificando no assunto: ANALISTA DE RECURSOS.

ANALISTA DE SERVIÇOS JURÍDICOS / PREPOSTO

Requisitos Imprescindíveis:
• Formação superior completa em Administração ou Direito.
• Sólida experiência, como preposto, em audiências trabalhistas.
• Disponibilidade para viagens curtas.

Local de Trabalho: Centro - Rio de Janeiro

Benefícios: Plano de Saúde, Plano Odontológico, Vale Refeição, Previdência Privada, PLR, Auxílio Creche (para mulheres).

Interessados e, dentro do perfil, gentileza encaminhar currículo com pretensão salarial para vagas@dedix.com.br, especificando no assunto: ANALISTA DE SERVIÇOS JURÍDICOS / PREPOSTO.

Atenciosamente,


Dedix Gestão Empresarial.

terça-feira, 21 de junho de 2011

COMO GERIR A RESISTÊNCIA À MUDANÇA

Mudanças tecnológicas, sociais, políticas, produtos novos, novas regulamentações, maior competição, mudanças nos gostos e costumes, mudanças na demanda e financeiras, mudanças climáticas; enfim o ambiente empresarial fervilha.

Por isso, a maioria das empresas se vê obrigada a promover mudanças moderadas a cada ano, e grandes mudanças a cada 4 ou 5 anos.

Mas apenas cerca de um terço das mudanças organizacionais são bem sucedidas, e mesmo dentre essas, a maioria não totalmente.

Pesquisas nos países mais desenvolvidos informam que, dentre as dezenas de causas possíveis, a causa mais freqüente de insucesso, que acontece em nada menos de 39% dos casos, é a resistência de uma ou mais pessoas ou setores à mudança.

Normalmente uma mudança mal planejada fracassa, uma mudança mal implementada fracassa e uma mudança mal monitorada também fracassa.

Então, é importante aplicar o PDCA à mudança, e, também é claro, à resistência.

Não tente implementar mudança sem antes avaliar as possibilidades da resistência, planejar como superá-la, como monitorá-la e como corrigir o rumo eventualmente perdido.

Avalie previamente quem tenderá a reagir à mudança, o quanto, e por quê.

Avalie o poder dessa ou dessas pessoas em resistir e mesmo sabotar a mudança.

Avalie a intensidade e a qualidade da possível reação à mudança.

Avalie o poder dos opositores em comparação ao do agente da mudança.

Descubra também quem poderá mais ajudar a mudança.

Defina a velocidade, a urgência com a qual a mudança deverá acontecer.

Defina também o nível e a magnitude da mudança.

O tempo (urgência) e a magnitude (nível) determinam o enfoque e as medidas a adotar, não só pra realizar a mudança, mas, dentro dela, o enfoque e as medidas a adotar em relação à resistência.

Enfim, a resistência é natural, esperável, e tem, normalmente, 4 causas:

 Medo de perder algo (emprego, poder, posição, dinheiro etc)

 Falta de noção adequada sobre a mudança por ocorrer

 Convicção que a mudança não faz sentido

 Baixa tolerância à qualquer mudança

O medo de perder algo geralmente resulta em jogo político, no qual quem avalia que seu contrato psicológico com a organização foi rasgado busca poder visando deter a mudança.

A falta de noção sobre a mudança é falha nitidamente de quem a promove, e corresponde à falta de confiança dos colaboradores em seus superiores.

A falta de confiança dos colaboradores é gerada pelas crenças dos superiores em que os colaboradores priorizam seus interesses individuais.

A crença dos promotores da mudança em que todos os integrantes da organização dispõem das mesmas informações que eles gera a convicção de que a mudança é equivocada e desnecessária.

Uma pessoa também resiste à mudança se crê que não será capaz de desenvolver o comportamento esperado (falta de treinamento).

Os métodos que previnem e minimizam a resistência vou classificar como éticos e não éticos e são empiricamente conhecidos.

Éticos:

 1 - Comunicação (e Orientação)

 2 - Participação (e Envolvimento)

 3 - Facilitação (e Apoio)

 4 - Negociação ( e Acordo)

Não Éticos:

 5 - Manipulação

 6 - Cooptação

 7 - Coação implícita

 8 - Coação explícita

Perceba que, em todos os casos, sempre serão necessárias duas atividades: comunicação e treinamento.

1 - Comunique e oriente o tempo todo.
Importam tanto qualidade quanto quantidade da comunicação. Treinamento, palestras, e-mail, jornais internos, reuniões, murais, quadros de aviso, cartazes, folders, etc.

É ideal quando a resistência se deve a informações e análises incorretas e/ou inexistentes.

Requer trabalho, tempo, e confiança entre iniciadores e integrantes.

Se e quando convencidas, as pessoas contribuirão à implementação das mudanças.

Comunicar ajuda a todos compreenderem a necessidade e a lógica da mudança.

2 - Participação e envolvimento são princípios da boa gestão e da qualidade, e devem existir sempre, ainda mais durante os processos de mudança.

Participação, mais do que mera obediência, gera compromisso.

Envolver e/ou comprometer as pessoas é mais importante quando os orientadores da mudança avaliam que não têm toda a informação de que necessitam para projetar e implementar a mudança e/ou quando necessitarão de comprometimento incondicional das pessoas.

Envolvendo e ouvindo ativamente os potenciais opositores no planejamento e na implementação da mudança, os iniciadores conseguirão, em geral, evitar sua resistência.

Mas cuide para que seus conselhos sejam realmente seguidos sempre que adequados.

Conseguir o comprometimento pode levar tempo; não espere por ele para iniciar a mudança: envolva, planeje e implemente ao mesmo tempo.

3 - Facilite e apóie o tempo todo.

RECAPACITE os funcionários, dê-lhes folgas depois de períodos exigentes, forneça instalações, equipamentos e material adequado, ouça e dê apoio emocional etc.

Apoiar funciona melhor quando no núcleo da resistência residem o medo e a ansiedade.

Gerentes durões costumam menosprezar tal tipo de resistência e “passarem como tratores” por tais resistentes, com todas as conseqüências danosas decorrentes.

Facilitação e apoio, porém, podem demorar muito, custar caro e mesmo assim malograrem.

Se não houver um dos três: paciência, tempo e dinheiro, facilitar e apoiar tendem ao insucesso.

4 - Negociar, no caso, é oferecer algo em troca do apoio ou, pelo menos, da indiferença à mudança.

Ajustes salariais, benefícios trabalhistas, e, mais frequentemente, programas de demissão voluntárias (PDV), são bons exemplos de trocas, acordos com os mais resistentes.

Negociar é o mais indicado se é claro que alguém com considerável poder de resistir será prejudicado pela mudança.

Mas negociar pode não funcionar com os resistentes empedernidos, e tende a não ser uma saída barata.

E, exceto no caso de um PDV, negocie com o máximo de discrição, visando minimizar a ação de quem gosta de se aproveitar desse tipo de situação pra obter vantagens excessivas e/ou descabidas.

5 - Manipular, no mais das vezes, é mentir, ocultar e/ou usar seletivamente as informações, e/ou usar truques, estratagemas e ardis visando influenciar o comportamento/pensamento de outrem.

Porém, processos de mudança tendem a durar certo tempo, geralmente mais que suficiente a que as pessoas percebam os engodos, pois é impossível enganar muitas pessoas por muito tempo.

Quando isso ocorre, as pessoas tendem a reagir de forma um tanto indignada, o que é geralmente funesto ao processo de mudança.

A manipulação causa uma ira tamanha, que permanece, mesmo depois de retirada, e mesmo depois que o próprio processo de mudança é paralisado, tornando até mesmo a gestão corriqueira pouco viável sem o afastamento dos manipuladores.

6 - Cooptar é dar ao(s) resistente(s) um papel cobiçável no processo de mudança, mas apenas “pro forma”. É uma forma de manipular, enganar.

Mas é engodo, por que, na realidade, não se ouvem as idéias nem se apóiam iniciativas dos cooptados: só se quer deles o endosso à mudança e ao modo como ela está sendo feita.

A cooptação tende a ser mais barata e fácil e rápida que a negociação ou a facilitação, por exemplo.

A cooptação pode chegar a possibilitar que os resistentes colocados em posição importante no processo de mudança venham a influenciá-lo de modo negativo.

E, por ser uma forma de manipulação, tende a despertar a mesma ira nas pessoas enganadas e também nas demais, com as mesmas consequências danosas ao processo de mudança.

7 - A coação implícita corresponde a usar ameaças, implícitas e/ou veladas, para obrigar as pessoas a aceitarem as mudanças.

Ameaças de demissão, perda de status funcional, transferência para locais difíceis, etc, são as mais frequentes nesses casos.

Como nos casos da manipulação e da cooptação, a coação visa custos reduzidos e rapidez. E exige poder considerável.

A coação, enquanto persistir, tende a superar quase toda, senão toda, resistência.

Mas a mudança forçada inevitavelmente causa ressentimentos nas pessoas, tanto ou mais que a manipulação.

Porém não há como coagir para sempre, e, quando a coação cessar, a mudança reverterá.

8 - A coação explícita pode ser até jogo limpo, se corretamente feita.

Sabe-se que, mesmo com toda competente gestão, sempre restarão resistentes, tanto que se recomenda que não se espere que todos venham a aderir à mudança pra, só depois da adesão total, iniciá-la, pois adesão total jamais existirá.

Mas a maior parte dos processos de mudança tende a gerar demissões: a organização vai conseguir fazer mais, empregando menos.

Uma boa idéia é avisar as pessoas sobre isso, e explicar que o critério de escolha dos demissíveis será a resistência à mudança.

E cumprir o avisado. As pessoas são adultas, e, portanto, tendem a aceitar melhor o jogo claro, honesto e limpo.

E, no processo de demissão, seja claro, respeitoso, justo, e generoso.

Principais variáveis que influenciam a velocidade necessária à gestão da resistência:

 Quantidade de resistentes

 Intensidade e tipo da resistência

 Poder, credibilidade e energia dos iniciadores vis-à-vis opositores

 Quantidade de dados necessários ao planejamento e à implementação da mudança e da gestão da resistência

 Criticidade da situação organizacional (Kaizen? Turnaround?)

ESCALA DA GESTÃO DA RESISTÊNCIA À MUDANÇA


MENORRAPIDEZMAIOR
Planejamento inicial pouco detalhado Claramente planejada

Grande envolvimento das pessoas Pouco envolvimento das pessoas

Tentativa de minimizar a resistência Tentativa de superar a resistência

O que suponho tenha ficado claro é que a maior probabilidade de sucesso pertence àquela abordagem que combine o maior número de métodos éticos de redução da resistência, principalmente comunicação e treinamento, que devem ser permanentes e intensos.

Também é essencial a prévia avaliação de quem serão os resistentes, qual o seu poder, quais suas motivações e necessidades, quem pode mais ajudar e o que os motiva, qual o poder dos agentes da mudança, qual o nível de confiança das pessoas na gestão e nos agentes da mudança, qual a velocidade (tempo) necessária, profundidade, abrangência, e recursos disponíveis.

Muitos agentes de mudança subestimam a variedade de reações possíveis das pessoas à mudança organizacional e o melhor antídoto a essa variedade é o emprego simultâneo de todos os métodos éticos de minimização da resistência.

Depois de analisada a situação da resistência e de escolhida e planejada a adequada combinação de métodos de gestão da resistência, é também essencial planejar como monitorar a redução contínua da reação, e monitorá-la efetivamente.

Por mais bem realizada que sejam a análise e o planejamento, sempre haverá imprevistos durante a implementação.

Apenas com atenta monitoração será possível perceber prontamente imprevistos e reagir inteligentemente.

Habilidades de relacionamento interpessoal e de liderança, e, mormente, orientação e comunicação, são vitais durante a implementação.

Em um mundo de mudanças constantes, aleatórias, imprevisíveis, rápidas, intensas e mesmo dramáticas, sucumbir à resistência à mudança tende a ser receita do insucesso.

SOBRE URGÊNCIA
Escrevi um dia desses sobre passos a serem seguidos por quem deseja (e/ou necessita) gerar mudanças. Obviamente o que contei reflete o que é normalmente feito nos processos exitosos de mudança. O primeiro passo que citei fala em criar um senso de urgência. A intenção hoje é explicar o que é, quem deve gerar tal senso, por que e/ou para que gerá-lo, e, é claro, como gerar o senso de urgência.
Todos sabemos o que é urgência. Mas na circunstancia em que estamos (eu e quem me lê), tal palavra tem um sentido um tanto quanto diferente do significado usual, o que gerou certos desentendimentos. Vamos então tentar clarificar o que não é urgência, no presente texto. Pra nós, urgência não é:
- “stress” e/ou estressar as pessoas
- “frisson” e/ou aterrorizar as pessoas
- pressão e/ou pressionar as pessoas
- pressa desmedida e/ou exigência excessiva
- assustar as pessoas
Todas essas coisas, no âmbito da gestão, são contraproducentes e urgência aqui é atividade importante com prazo exíguo pra realização.
Urgência, em gestão da mudança, é realmente atividade com prazo determinado, até mesmo exíguo, porém não se confunde com afoiteza, açodamento ou instantaneidade de reação irresponsável, ou seja, que não mede suas prováveis consequencias. Também não é um frenesi de atividades desconexas e quase sempre sem sentido que não o de atender ao emocional desequilibrado.
Urgência é a certeza da necessidade de se começar já, é a certeza de que não há tempo a perder, a intenção de se ser objetivo, direto, claro, sucinto. É saber que o que quer que seja feito deve prever todos os detalhes necessários e armadilhas que possam nos desviar de nossas metas, pra que não percamos tempo com retrabalho que não pode ser necessário, por que não teremos tempo pra tal.
Urgência é saber estabelecer prioridades, saber distribuir as tarefas pras pessoas mais habilitadas a cada uma, é desde o início divulgar os prazos e passos pra facilitar e realizar muito boa coordenação. Urgência é bem coordenar a equipe, de modo que as tarefas se encaixem e não haja perda de tempo.
Metas frequentemente têm a ver com urgência, por que são objetivos quantificados a serem alcançados em durações de tempo pré-definidas.
No caso da mudança, a urgência é importante, e aí vamos ao por que ou para que. A urgência coloca as pessoas pra trabalharem no ritmo certo, no ritmo necessário (sem ser frenesi, barafunda ou confusão). A urgência coloca as pessoas em estado de atenção e de cuidado ao muito bom desenrolar das atividades. A urgência, desse modo, até mesmo motiva, por que as pessoas passam a saber que têm que agir logo, de maneira objetiva e sem rodeios nem floreios. Tira as pessoas de uma certa letargia que a gíria denomina “lerdeza”. A urgência energiza, sem estressar. A urgência foca a ação, concentra o raciocínio, aguça a atenção, mas de modo algum deve pressionar.
A urgência deve ser estabelecida desde o início da mudança, e deve passar a ser o estado normal de atenção e ação a partir de então, e pra todo o sempre, ou seja, jamais voltar à “letargia” antes existente.
E quem deve buscar estabelecer o senso de urgência é a pessoa responsável por liderar a mudança. De preferência o 01 da organização, e, se não o 01, o agente de mudança deve estar diretamente sob suas asas.
Também a coalizão que apóia a mudança, a coalizão que apóia o líder da mudança, deve com ele difundir o novo ritmo de ação por toda a organização, por todo o grupo que deve mudar e mudar os métodos, a cultura, o sistema etc.
Então passamos ao Como gerar o senso de urgência. As técnicas pra gerar urgência são também bastante simples.
1 – Mostre que se está diante de uma crise: se é necessária mudança, e se é necessária urgência, normalmente, se está frente a uma crise, ou seja, uma situação que se não fôr logo resolvida gerará grandes consequencias. Então, mostre isso. Mostre qual é essa situação, mostre as possíveis consequencias, mostre que é possível resolver, mas que será necessária a participação, a colaboração de todos, por que a mudança requer grande cooperação, iniciativa e disposição por parte de muitas pessoas.
2 – Mostre os dados ruins: na maioria dos casos, as pessoas evitam mostrar os dados ruins. Aqueles que têm a pretensão de gerir a “auto-estima” das pessoas adoram esconder as más notícias e os dados não tão bons. Também não se levam más notícias aos mais altos níveis, até por receio de consequencias. Não se mostram os dados ruins pra que outras pessoas não pensem que somos alarmistas, e mesmo pra não alarmarmos. Não se mostram os dados ruins pra não parecermos chatos, pessimistas, destrutivos, reclamões e/ou “criadores de casos”. Então, notícias jogadas pra baixo do tapete não faltam, dados ruins são ocultados.
Mostrar esses dados, divulgar essas notícias, de modo administrado, vai mostrar às pessoas que não é mais possível “enrolar”, que é necessário agir, e agir já. É o mais pronto e fácil método, dizer a verdade, toda a verdade, mas nada mais que a verdade.
3 – Estabeleça metas ambiciosas: metas bem estabelecidas sempre “acordam” as pessoas. Metas fazem as pessoas olharem pra frente, “espremerem os miolos” em busca de boas idéias, metas contêm prazos, metas levam à ação. Metas bem definidas desafiam na medida certa. Metas geram a muito boa urgência. Busque elevar os padrões de desempenho, que, em casos de necessidades de mudanças, são normalmente insuficientes.
4 – Relacione o atingimento das metas a consequencias: premiações se alcançadas. Aos que não atingirem suas metas, considere razões honestas, se houverem, pra o não atingimento, e se ações corretivas estão sendo adotadas. Avise que terão mais uma chance, mais que seus cargos estarão sob observação e novo não atingimento pode levar à extinção dos cargos
5 – Divulgue comparações com concorrentes: pra mostrar o desempenho que é possível, e o desempenho que se está tendo. A idéia é a seguinte: se concorrentes conseguem é claro que podemos e devemos conseguir também, por que não? Ficar aquém é inadmissível, por que é atestado de acomodação e complacência.
6 – Divulgue pesquisas mostrando o quanto se está “ficando pra trás”, mostrando como as pessoas de fora nos avaliam, mostre as tendencias que nos esperam se nada fizermos etc
7 – Empregue consultores externos pra que divulguem dados relevantes e gerem debates honestos
8 – Comunique de modo a gerar debates honestos, abertos, francos e com todos os dados corretos. Busque mudar a cultura de insinceridade e acomodação.
9 – Dialogue com aqueles que têm opiniões desfavoráveis, em vez de só com quem é “de dentro”, por que estes escondem dados ruins
10 – Neutralize a miopia interna com dados obtidos no ambiente externo.
Jamais subestime a intensidade das forças que levam à complacência e ajudam a manter o status quo.

POR JOSÉ CARLOS FONTES, MSc.
DIVULGAÇÃO AUTORIZADA SE CITADA A FONTE

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Saúde | 20/06/2011 19:21
Vacina cura câncer de próstata em ratos
Vacina baseada em DNA humano cura tumor em estágio avançado na próstata de ratos sem causar efeitos colaterais aparentes

Paula Rothman, de

Justin Sullivan/Getty Images

Vacina contra a gripe nos EUA

Em dois anos, a vacina poderá começar a ser testada em seres humanos

São Paulo – Pesquisadores americanos e ingleses conseguiram um resultado inédito no uso de vacina para tratamento do câncer. Eles criaram uma vacina baseada em DNA humano que se mostrou capaz de curar, no laboratório, tumores em estágio avançado na próstata de ratos sem causar efeitos colaterais aparentes.

O tratamento, que encoraja o sistema imunológico a se livrar do tumor sem a necessidade de quimioterapia ou radiação, foi divulgado na publicação científica Nature Medicine. Os resultados alcançados pela equipe de pesquisadores da Mayo Clinic liderada pelo Dr. Richard Vile, nos Estados Unidos, são tão significativos que os testes clínicos para desenvolver uma vacina comercial podem começar em dois anos.

O tratamento já se mostrou bastante eficiente para tumores na próstata e melanoma, e tem potencial para tratar também tumores mais agressivos no pulmão, cérebro e pâncreas. Além dos pesquisadores da Mayo CLinic, o Cancer Research UK Clinical Centre no Hospital St. James e o Leeds Institute of Molecular Medicine participaram da pesquisa.

Enganando o corpo

O segredo do tratamento é fazer com que as células T, do sistema imunológico, atacassem somente as células cancerígenas da próstata, deixando o tecido saudável intacto. Para isso, os pesquisadores pegaram trechos do código genético da próstata humana saudável e o juntaram a um DNA complementar de uma biblioteca (cDNA). O uso desse DNA complementar é a chave de todos os tratamentos que visam provocar uma reação de defesa do próprio organismo.

Todas as infecções, alergias e tecidos, incluindo os cancerígenos, possuem uma “impressão digital” única, um antígeno que dispara uma resposta do sistema imunológico. O problema é que o corpo nem sempre consegue detectar todos os sinais emitidos pelos tumores – e é aí que entra a vacina. Os trechos de cDNA foram inseridos em vírus desativados, que serviram como vetores para que o material fosse injetado nos ratos.

Dentro do corpo do animal, o vírus geneticamente modificado expressava o mesmo antígeno do câncer. O sistema imunológico pensa, então, que está sendo atacado pelo vírus e procura eliminá-lo produzindo uma resposta potente contra aquele antígeno – o que, por tabela, o faz eliminar o câncer.

ALGUÉM DEVERIA ANALISAR MELHOR O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A BOLSA

20/06/2011 - 16h12
Mecanismo que eleva capacidade invasiva do câncer é descoberto
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DA EFE

Cientistas espanhóis e britânicos descobriram um mecanismo molecular que favorece o deslocamento das células cancerígenas e, com ele, a capacidade invasiva e de metástases do câncer, informou nesta segunda-feira a UC (Universidade da Cantábria), na Espanha.

A descoberta, publicada na revista "Nature Cell Biology", foi feita pela equipe dirigida por Piero Crespo no IBBTEC (Instituto de Biomedicina e Biotecnologia da Cantábria), com a colaboração do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres.

O trabalho demonstra que o movimento das células cancerígenas é regulado pela proteína RasGRF, cuja ausência provoca aumento da capacidade invasiva das células.

Em seu comunicado, a universidade explica que, quando os níveis dessa proteína caem, o movimento das células cancerígenas passa de alongados para ameboides, o que a torna mais rápida e mais eficaz na hora de ultrapassar obstáculos, como macromoléculas, e outros pequenos espaços que podem surgir no espaço extracelular.

A UC lembra que existem trabalhos comprovando que os cânceres com maior número de células com deslocamento ameboides são mais agressivos e que indicam que a proteína RasGRF está ausente nos tumores mais virulentos.

A equipe de Crespo identificou agora que é essa a proteína que modula a mudança de movimento das células cancerígenas, já que, quando seu nível é alto, se inibem as funções da enzima Cdc42 e as células mantêm movimento alongado.

Por outro lado, quando a RasGRF não está presente, a enzima Cdc42 fica hiperativa e muda o tipo de movimento das células.

Esta pesquisa revelou "o mecanismo molecular que regula a capacidade invasiva de um tumor tão agressivo e difícil de tratar como o melanoma e, graças a isso, no futuro se saberá onde apontar a busca de novos medicamentos moleculares para tratar este tipo de tumor".

JORNAL DO COMMERCIO
Ibmec/RJ lança pós-graduação em Gestão de Saúde
| Da redação
Para atender à crescente exigência de profissionalização do setor de Saúde no País, o Ibmec/RJ está lançando a pós-graduação setorial EMBA em Gestão de Saúde. O curso lato sensu é voltado para profissionais de Saúde e administradores, entre outros, que atuam no setor e necessitam de qualificação em gerenciamento de negócios.
As inscrições já estão abertas. As aulas serão iniciadas em 22 de agosto. O EMBA em Gestão de Saúde oferecerá um programa de 420 horas/aula a ser concluído em 18 meses. As aulas acontecerão às sextas-feiras (18h30 às 22h30) e aos sábados (9h às 18h), de quinze em quinze dias.
Além de disponibilizar a formação generalista dos MBAs Ibmec, o EMBA em Gestão de Saúde capacitará seus alunos em questões específicas para a gestão empresarial do setor. O programa tem como proposta desenvolver o pensamento estratégico, a visão de negócio, o foco em resultados e as competências gerenciais. Os alunos ainda terão a oportunidade de cursar um módulo internacional na Babson College, escola que é referência mundial no ensino de empreendedorismo corporativo.
Coordenação técnica
O curso será coordenado pelo médico e gestor Carlos Alberto Suslik, pós-graduado em Administração Hospitalar pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e doutor em Medicina pela Divisão de Clínica Radiológica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Empresário e consultor na área de Saúde, Suslik também foi diretor executivo do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP, gerente de planejamento do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e assessor técnico da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Professor e Coordenador do MBA Saúde HIAE – Insper, de 2003 a 2011.

JORNAL DO COMMERCIO
EMBRAER VENDE MAIS DE 1.000 E-JETS E ESTIMA ENCOMENDAS DE U$ 320 BI ATÉ 2030
A Embraer informou nesta segunda-feira (20) que ultrapassou o número de pedido de mil unidades de aeronaves da família de E-Jets. O feito foi anunciado nesta segunda-feira (20), em uma conferência de imprensa no 49° Paris Air Show, na França.
A família de aeronaves E-Jets é composta por quatro modelos (E170, E175, E190 e E195), com capacidades para 70 a 120 assentos, e já registrou mais de 1.000 pedidos, bem como cerca de 750 opções de compra, de 60 empresas aéreas em 40 países. Desde o início das operações regulares da primeira aeronave, com a LOT Polish Airlines, em 2004, mais de 750 E-Jets foram entregues em todo o mundo.
“Esta é realmente uma grande conquista, principalmente se levarmos em consideração que a marca de 1.000 aviões vendidos foi atingida em apenas sete anos após a primeira entrega em um segmento que equivale a um terço do mercado de aeronaves narrow-body”, disse o vice-presidente executivo da Embraer para o Mercado de Aviação Comercial, Paulo César de Souza e Silva.
A Embraer informou nesta segunda-feira (20) que fechou contratos para a venda de 32 aeronaves, durante o 49º Paris Air Show. O maior acordo foi assinado com a Sriwijaya Air, de Jacarta, Indonésia, para a venda de 20 aeronaves por US$ 856 milhões. O contrato tem a opção para a compra de outros 10 aviões e pode alcançar US$ 1,28 bilhão.
O segundo contrato fechado foi com a companhia aérea Air Astana, do Cazaquistão. O contrato prevê a venda de dois jatos Embraer 190 no e inclui opções para outros dois aviões. O valor total da encomenda, referido a preço de lista, é de US$ 85,6 milhões, e pode alcançar US$ 171,2 bilhão, se todas as opções forem confirmadas. O início das entregas está programado para o primeiro semestre de 2012.
A empresa também vendeu 10 jatos Embraer 190 para a Kenya Airways, com a opção de venda de mais 10 aviões, do modelo E-190 ou Embraer 170 (E-170). O valor da operação não foi informado. As entregas estão programadas para começar no segundo semestre de 2012. Como a primeira operadora de E-Jets na África, desde 2006, a empresa aérea já opera cinco E-170 e dois E-190 por meio de acordos com empresas de leasing.
Encomendas devem alcançar US$ 320 bilhões até 2030, diz Embraer
A Embraer publicou suas perspectivas para a demanda de aeronaves comerciais com capacidade de 30 a 120 assentos para o período 2011-2030. A companhia prevê demanda mundial de 7.225 novas entregas de jatos no segmento no período. O valor de mercado das encomendas deverá ser equivalente a US$ 320 bilhões. Deste total, 3.125 jatos deverão ser entregues de 2011 a 2020 e outros 4.100 de 2021 a 2030.
O relatório, divulgado nesta segunda-feira (20) durante conferência de imprensa no Paris Air Show, é elaborado anualmente pela companhia e analisa as tendências da indústria, identificando a demanda global de novas aeronaves por região nos próximos 20 anos.
"Enquanto a indústria continua se recuperando da crise financeira de 2008, algumas regiões estão liderando a retomada do crescimento e devem emergir como grandes forças econômicas. A desaceleração foi forte, mas a recuperação está sendo mais rápida do que o esperado", afirma em nota.
Ainda segundo a Embraer, nos próximos 20 anos, o mercado chinês registrará o maior crescimento, com uma taxa anual média de 7,5%, seguido pela América Latina (7,2%), Oriente Médio (6,9%), Ásia Pacífico (6,1%), CEI – Comunidade dos Estados Independentes (5,9%) e África (5,4%).
Em regiões com economias mais desenvolvidas, como América do Norte e Europa, a demanda será menor (3,5% e 4,4%, respectivamente), devido à maturidade destes mercados e a uma recuperação econômica mais lenta.

Agricultura brasileira avança pela produtividade Seg, 20 de Junho de 2011 14:58
A produtividade da agricultura empresarial brasileira vai continuar a garantir safras cada vez maiores, mas com uma expansão menor da área plantada até a próxima década. Essa é a conclusão do relatório “Brasil – Projeções do Agronegócio 2010/2011 a 2020/2021” do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Segundo o estudo, o cultivo de grãos – arroz, feijão, milho, soja em grão e trigo – deve aumentar 23% até a próxima década, com expansão de 9,5% da área plantada. A variação da área cultivada será inferior à média dos últimos dez anos, que foi de 21%. O volume produzido deve superar 175,8 milhões de toneladas em 2021. No ano passado, a safra foi de 142,9 milhões de toneladas.
“O Brasil tem mostrado que é possível elevar a produção sem ampliar o crescimento da área plantada, com investimentos em tecnologia”, afirma o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. O ministro afirma que as projeções são factíveis, mas devem ser superadas.
A produção de carnes deve aumentar 26,5% até o início da próxima década. O volume pode superar 31,2 milhões de toneladas. No ano passado, as carnes produzidas no País somaram 24,6 milhões de toneladas. O frango deve se destacar, com perspectivas de aumento de 33,7% nas exportações e de 30% na produção.
Apesar das estimativas do ministério apresentarem aumento das exportações dos produtos nacionais, o mercado interno continuará crescendo no ritmo atual, devido ao aumento da renda dos brasileiros. Na safra 2020/2021, 64,7% do cultivo de soja serão destinados ao mercado interno; e 85,4% da produção de milho deverão ser consumidos internamente.
Quanto à produção de carne de frango, 67% não deverão sair do País. Já em relação à bovina, 83% serão também destinadas ao consumo nacional. Da suína, 81% terão o mesmo destino.

(Redação - Agência IN)

Criatividade
Publicidade on-line supera impressa em 2012

Mariana Celle (mcelle@brasileconomico.com.br)
16/06/11 13:28
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Itaú adere às campanhas on-line com transmissão ao vivo do humorista Marco Luque

Itaú adere às campanhas on-line com transmissão ao vivo do humorista Marco Luque
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Pesquisa sobre Mídia e Entretenimento da PwC aponta tendência, e grandes empresas iniciam suas apostas ao criar campanhas voltadas exclusivamente ao público digital.

Se o Brasil é a bola da vez, a comunicação digital tem mostrado um resultado positivo no placar dessa partida. Com crescimento médio estimado em 13% ao ano até 2015, a publicidade na internet será o nicho de maior crescimento no país.

O aumento expressivo deve superar o impresso como opção de anúncio até 2012, e ficar atrás apenas da televisão, é o que aponta o "Panorama Global de Mídia e Entretenimento", elaborado pela consultoria PwC.

"Em cinco anos os atuais US$ 442 bilhões de investimentos na área alcançarão os US$ 578 bilhões em todo o mundo, com expectativa média de crescer 5,5% ao ano", diz Estela Vieira, sócia e diretora de mídia e entretenimento da PwC.

Os consumidores também têm se rendido ao meio on-line. No ano passado 26% dos gastos com mídia e entretenimento foram destinados ao mercado digital e a previsão é que essa fatia chegue a 33,9% em 2015.

Antenadas a tendências como essa, grandes empresas têm voltado suas campanhas para a internet, como é o caso do Itaú.

Para o lançamento da iConta, conta-corrente destinada a clientes que queiram utilizar exclusivamente os canais eletrônicos do banco para suas movimentações financeiras, o Itaú criou uma campanha para o público da Web.

"Apesar de, num primeiro momento, terem sido produzidas peças para revistas e TV, o trabalho agora tem sido totalmente voltado à internet, pois este conceito adere ao público que queremos atingir", diz Fernando Chacon, diretor de marketing do banco.

A campanha, construída pela agência DM9DDB, ainda inclui exibição de stand up comedy do apresentador e humorista Marco Luque, personagem do anúncio. A transmissão será ao vivo pela web no próximo dia 21, por meio do Youtube, canal de vídeos do Google.

"O fato do Luque ter iniciado sua carreira e construído sua popularidade por meio da internet faz com que ele represente muito bem o meio digital", afirma.