domingo, 20 de fevereiro de 2011

“CARRO ELÉTRICO, VOCÊ AINDA VAI TER UM?”

No site da revista EXAME há algumas páginas mostrando nada menos que 28 modelos de carros elétricos e híbridos já rodando nos países desenvolvidos. Pra quem quer conferir, http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/galerias/carros-eletricos/toyota-prepara-compacto-eletrico-para-genebra
Há os Ford Focus (elétrico) e Fusion (híbrido), o Toyota Prius, o Nissan Leaf, o Mitsubishi Imiev, há Porsche, Mercedes, Audi, BMW, Volkswagen, Peugeot, Renault, o Chevrolet Volt, outros GM, Tesla, Honda etc. Há americanos, franceses, japoneses, alemães, russos, chineses, noruegueses, enfim... Porém não há todos: existem ainda muitas outras marcas e modelos já rodando, na maioria pequenas e desconhecidas. Mais ou menos como foi quando do surgimento do carro a gasolina.
Mas já são algumas dezenas, portanto. Pro Brasil, já há o Fusion, importado, a R$ 135.000,00, pela Ford, o Nissan Leaf, que começou a ser importado em 2011 e o projeto da Fiat de um buggy elétrico.
Me lembro de uma época em que a propaganda do Proálcool dizia: “Carro a álcool, você ainda vai ter um”. E me pergunto: “Carro elétrico, você ainda vai ter um?”.
Como sabemos, nosso sistema elétrico (aquele mesmo, o opaco fornecedor de apagões), o melhor e mais moderno do mundo segundo o Ministro das Minas e Energia, evidentemente não tem a menor condição de suportar demanda adicional, ainda mais de milhões de carros elétricos, plugando-se a tomadas espalhadas por todo o território do país. Segundo todas as análises existentes, um crescimento da economia no ritmo que vinha acontecendo era garantia do aumento da frequencia e da duração dos apagões, como suportaria então o apagadão sistema o carro elétrico no Brasil?
Há poucos dias o noticiário nos dizia que o grupo Bertin (de frigoríficos) desistiu de capitanear a construção da famigerada Usina de Belo Monte, que havia sido projetada pra se tornar, quando pronta e no auge de sua produção, na segunda maior hidrelétrica brasileira, em potência elétrica gerada. Belo Monte está, portanto, à procura de um construtor. E era a melhor esperança de crescimento do sistema, a usina que pelo menos nos libertaria por algum tempo dos apagões.
Lembro-me também que, quando da “descoberta” do pré-sal, pela Petrobras, em fins de 2007, logo após ter sua Diretoria de Abastecimento agraciada com o Prêmio Nacional da Qualidade, eu comentar, na UBQ-RJ, sobre o azar que o Brasil tivera, de descobrir tanto petróleo exatamente quando o planeta busca tão desesperadamente do chamado “Ouro Negro” se distanciar. E citava como exemplo desse esforço justamente o carro elétrico, a respeito do qual surgira a primeira reportagem na chamada grande imprensa. Lembro-me também de algumas pessoas desdenharem, dizendo que o carro elétrico não ia pegar, que seria muito caro (ainda é), e que eu estava apenas fazendo sensacionalismo.
Pouco mais de 3 anos depois, várias dezenas de modelos de carros elétricos e híbridos já circulam nos países mais desenvolvidos. Isto me leva a pensar também sobre outro assunto: a dramaticidade e a velocidade das mudanças que, cada vez mais, caracterizam o mundo atual (vejam o que ora ocorre no Oriente Médio). Mudanças políticas, tecnológicas, sociais, etc, acontecem ao mesmo tempo, umas impulsionando as outras, todas cada vez mais drásticas, rápidas e às vezes até imprevistas. Quando eu digo que as mudanças não acabaram nem acabarão, ao contrário, se acelerarão, alguns ainda duvidam.
Como se vê, em apenas 3 anos entrou-se e saiu-se da “maior crise já acontecida no capitalismo”, elegeu-se um negro Presidente dos EUA, uma mulher presidente do Brasil (incrível!), já há dezenas de modelos de carros elétricos etc etc. Mudanças sem fim. E, ao contrário do que os pessimistas e conservadores gostam de vaticinar, sempre pra melhor.
Mas, sonho de uma noite de verão brasileira, eis-nos imaginando se e quando poderemos contribuir à despoluição planetária pela aquisição de um carro elétrico, ou mesmo híbrido. “Carro elétrico, você ainda vai ter um?”

Por José Carlos Fontes

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Queda de parte do teto provoca interdição em Viracopos
Forte chuva que atingiu Campinas na noite de ontem derrubou parte do forro do teto do Aeroporto de Viracopos, em Campinas
Campinas - Parte do forro do teto do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo, caiu na noite de ontem entre a área de embarque e desembarque e dentro da delegacia da Polícia Civil, o que causou interdição no local.
De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), já foram feitos reparos, e o gesso está sendo recolocado. A área deve estar liberada para circulação de passageiros ainda hoje.

A forte chuva que atingiu Campinas na noite de ontem causou o fechamento do aeroporto entre 20 horas e 21 horas. Na área interna, o piso ficou alagado na parte de alimentação, as escadas rolantes pararam de funcionar e os letreiros eletrônicos que informam os horários dos voos desligaram. A chuva causou um cancelamento e atraso em oito voos.

Apesar da interdição da área em que parte do forro do teto desabou, a Infraero informou que o aeroporto funciona normalmente hoje. De acordo com o balanço da empresa, até as 11 horas, Viracopos registrava 11,9% dos voos com atrasos superiores a 30 minutos e 9,5% cancelados.
Campinas - Parte do forro do teto do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo, caiu na noite de ontem entre a área de embarque e desembarque e dentro da delegacia da Polícia Civil, o que causou interdição no local.
De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), já foram feitos reparos, e o gesso está sendo recolocado. A área deve estar liberada para circulação de passageiros ainda hoje.

A forte chuva que atingiu Campinas na noite de ontem causou o fechamento do aeroporto entre 20 horas e 21 horas. Na área interna, o piso ficou alagado na parte de alimentação, as escadas rolantes pararam de funcionar e os letreiros eletrônicos que informam os horários dos voos desligaram. A chuva causou um cancelamento e atraso em oito voos.

Apesar da interdição da área em que parte do forro do teto desabou, a Infraero informou que o aeroporto funciona normalmente hoje. De acordo com o balanço da empresa, até as 11 horas, Viracopos registrava 11,9% dos voos com atrasos superiores a 30 minutos e 9,5% cancelados.

Pelé teme que Brasil se envergonhe da Copa de 2014
"O Brasil está correndo um grande risco de envergonhar a gente na maneira de administrar a Copa do Mundo, principalmente na comunicação", disse o garoto propaganda da Copa
Na publicidade, a função de um garoto propaganda é usar sua credibilidade para passar ao público informações sobre um produto. Nesta sexta-feira, Pelé falou sobre a Copa do Mundo de 2014 no Brasil e não deu motivos para a comunidade internacional acreditar no sucesso da competição por aqui. "Vocês sabem a luta que a gente fez para conseguir a Olimpíada e a Copa do Mundo, viajando pelo mundo pedindo voto, e agora chegou um momento que está preocupando todo mundo", disse Pelé em evento de um patrocinador pessoal.
"O Brasil está correndo um grande risco de envergonhar a gente na maneira de administrar a Copa do Mundo, principalmente na comunicação. Os aeroportos estão assustando mais, e não é só os brasileiros", completou o craque, que foi um dos embaixadores da campanha para que o País recebesse o Mundial.
Pelé ainda criticou a demora na definição da sede paulista da Copa de 2014. "O Brasil tem obrigação de fazer uma boa Copa do Mundo, uma boa administração, e infelizmente já está atrasando, e tem essa polêmica de São Paulo. o Campeonato Paulista é a base do futebol brasileiro, é o que deveria já estar definido e não está definido ainda", afirmou, apesar de o novo estádio do Corinthians estar sendo tratado pela organização como o palco paulista do Mundial.
O Rei do Futebol aproveitou a entrevista coletiva para falar sobre vários assuntos ligados ao futebol. Como sempre, foi polêmico. Sobre Ronaldo, afirmou que o Fenômeno não parou na hora certa. "Se eu fosse ele, teria parado um ano e meio atrás", afirmou Pelé, lembrando que, quando se despediu do Santos, da seleção e do Cosmos, saiu por cima, como campeão. "É realmente difícil (parar), para quem gosta, para quem sente o futebol. Ele foi um vencedor", completou.
A respeito da especulada saída de Paulo Henrique Ganso do Santos Pelé pediu calma: "Ele ainda está começando e fica essa polêmica de querer mudar de equipe por dinheiro. Eu conversei com o Edinho (filho de Pelé), que é supervisor lá, e disse que o Ganso está tranquilo. A gente tem a impressão que são empresários que querem vender e ganhar a comissão deles", analisou o craque.
Pelé ainda avaliou como positivas as voltas de Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo ao futebol brasileiro:"Se estiverem bem fisicamente, serão grandes figuras", garantiu o ex-jogador.

Pelé teme que Brasil se envergonhe da Copa de 2014
"O Brasil está correndo um grande risco de envergonhar a gente na maneira de administrar a Copa do Mundo, principalmente na comunicação", disse o garoto propaganda da Copa
Na publicidade, a função de um garoto propaganda é usar sua credibilidade para passar ao público informações sobre um produto. Nesta sexta-feira, Pelé falou sobre a Copa do Mundo de 2014 no Brasil e não deu motivos para a comunidade internacional acreditar no sucesso da competição por aqui. "Vocês sabem a luta que a gente fez para conseguir a Olimpíada e a Copa do Mundo, viajando pelo mundo pedindo voto, e agora chegou um momento que está preocupando todo mundo", disse Pelé em evento de um patrocinador pessoal.
"O Brasil está correndo um grande risco de envergonhar a gente na maneira de administrar a Copa do Mundo, principalmente na comunicação. Os aeroportos estão assustando mais, e não é só os brasileiros", completou o craque, que foi um dos embaixadores da campanha para que o País recebesse o Mundial.
Pelé ainda criticou a demora na definição da sede paulista da Copa de 2014. "O Brasil tem obrigação de fazer uma boa Copa do Mundo, uma boa administração, e infelizmente já está atrasando, e tem essa polêmica de São Paulo. o Campeonato Paulista é a base do futebol brasileiro, é o que deveria já estar definido e não está definido ainda", afirmou, apesar de o novo estádio do Corinthians estar sendo tratado pela organização como o palco paulista do Mundial.
O Rei do Futebol aproveitou a entrevista coletiva para falar sobre vários assuntos ligados ao futebol. Como sempre, foi polêmico. Sobre Ronaldo, afirmou que o Fenômeno não parou na hora certa. "Se eu fosse ele, teria parado um ano e meio atrás", afirmou Pelé, lembrando que, quando se despediu do Santos, da seleção e do Cosmos, saiu por cima, como campeão. "É realmente difícil (parar), para quem gosta, para quem sente o futebol. Ele foi um vencedor", completou.
A respeito da especulada saída de Paulo Henrique Ganso do Santos Pelé pediu calma: "Ele ainda está começando e fica essa polêmica de querer mudar de equipe por dinheiro. Eu conversei com o Edinho (filho de Pelé), que é supervisor lá, e disse que o Ganso está tranquilo. A gente tem a impressão que são empresários que querem vender e ganhar a comissão deles", analisou o craque.
Pelé ainda avaliou como positivas as voltas de Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo ao futebol brasileiro:"Se estiverem bem fisicamente, serão grandes figuras", garantiu o ex-jogador.
Pelé teme que Brasil se envergonhe da Copa de 2014
"O Brasil está correndo um grande risco de envergonhar a gente na maneira de administrar a Copa do Mundo, principalmente na comunicação", disse o garoto propaganda da Copa
Na publicidade, a função de um garoto propaganda é usar sua credibilidade para passar ao público informações sobre um produto. Nesta sexta-feira, Pelé falou sobre a Copa do Mundo de 2014 no Brasil e não deu motivos para a comunidade internacional acreditar no sucesso da competição por aqui. "Vocês sabem a luta que a gente fez para conseguir a Olimpíada e a Copa do Mundo, viajando pelo mundo pedindo voto, e agora chegou um momento que está preocupando todo mundo", disse Pelé em evento de um patrocinador pessoal.
"O Brasil está correndo um grande risco de envergonhar a gente na maneira de administrar a Copa do Mundo, principalmente na comunicação. Os aeroportos estão assustando mais, e não é só os brasileiros", completou o craque, que foi um dos embaixadores da campanha para que o País recebesse o Mundial.
Pelé ainda criticou a demora na definição da sede paulista da Copa de 2014. "O Brasil tem obrigação de fazer uma boa Copa do Mundo, uma boa administração, e infelizmente já está atrasando, e tem essa polêmica de São Paulo. o Campeonato Paulista é a base do futebol brasileiro, é o que deveria já estar definido e não está definido ainda", afirmou, apesar de o novo estádio do Corinthians estar sendo tratado pela organização como o palco paulista do Mundial.
O Rei do Futebol aproveitou a entrevista coletiva para falar sobre vários assuntos ligados ao futebol. Como sempre, foi polêmico. Sobre Ronaldo, afirmou que o Fenômeno não parou na hora certa. "Se eu fosse ele, teria parado um ano e meio atrás", afirmou Pelé, lembrando que, quando se despediu do Santos, da seleção e do Cosmos, saiu por cima, como campeão. "É realmente difícil (parar), para quem gosta, para quem sente o futebol. Ele foi um vencedor", completou.
A respeito da especulada saída de Paulo Henrique Ganso do Santos Pelé pediu calma: "Ele ainda está começando e fica essa polêmica de querer mudar de equipe por dinheiro. Eu conversei com o Edinho (filho de Pelé), que é supervisor lá, e disse que o Ganso está tranquilo. A gente tem a impressão que são empresários que querem vender e ganhar a comissão deles", analisou o craque.
Pelé ainda avaliou como positivas as voltas de Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo ao futebol brasileiro:"Se estiverem bem fisicamente, serão grandes figuras", garantiu o ex-jogador.

Brasil Econômico, 18/02/2011
Criativos, mas pouco inovadores
Dias atrás foi divulgado um estudo sobre as novas regras da inovação no mundo, do qual participaram mil executivos em 12 países. Chamado Global Innovation Barometer e realizado pela GE, seus resultados não chegam a surpreender. Por exemplo: 95% dos entrevistados acreditam que a inovação é a chave para uma economia mais competitiva.
Porém, o estudo traz achados interessantes. Apesar de nós, brasileiros, não sermos vistos como os mais inovadores, fomos considerados como um dos três países mais otimistas em relação a como a inovação pode melhorar a vida das pessoas e o país.
Na prática isso significa que os executivos entrevistados acreditam que podemos melhorar nossa condição econômica e nossa qualidade de vida inovando mais. É um bom sinal. Afinal, o primeiro passo para inovar é acreditar que precisamos fazê-lo.
Porém, a inovação possui duas matérias-primas fundamentais: criatividade e conhecimento. E é aí é que começam nossas dificuldades.
O Brasil sempre foi considerado um país no qual as pessoas são muito criativas e que acabam por utilizar essa qualidade para resolver os problemas de formas inusitadas, o que deu origem ao chamado "jeitinho brasileiro".
Tal criatividade faz de nós campeões nos esportes e na música, mas ainda não nos ajuda a levanta taças quando falamos dos negócios.
O chamado Índice Global da Classe Criativa, criado pelo pesquisador americano Richard Florida, aponta que somos apenas a 43ª economia mais criativa. Em seu ranking, que estudou 45 países, ficamos à frente de Peru e Romênia.
Isso significa que ainda estamos presos ao paradigma da economia extrativista e industrial, devido ao qual deixamos de incorporar tecnologias que poderiam impulsionar nossas empresas.
Precisamos parar de pensar em resolver velhos problemas de forma criativa e passar a oferecer soluções inéditas para o mercado. Temos que parar de pensar em copiar ou tentar produzir as mesmas coisas mais barato - o que é cada vez mais difícil, uma vez que a China se tornou a fábrica do mundo - e passar a desenvolver novos produtos e tecnologias. Somente assim abocanharemos o filé dos mercados.
Temos crescido em publicação científica e na cultura de depósito de patentes, o que atesta nossa capacidade de gerar conhecimento inédito. Isso é importante, pois tecnologias inovadoras provêm de novos conhecimentos.
Contudo, é preciso avançar em dois itens: na capacidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) por parte das empresas e na utilização das patentes geradas.
Com os programas de financiamento, subvenção econômica e leis de incentivos fiscais começamos a caminhar rumo ao aumento das atividades de P&D dentro das empresas. Precisamos agora aprimorar nossa capacidade de utilizar patentes e de converter o conhecimento gerado em novos produtos e processos.
Os sinais são positivos. O volume de investimento corporativo em ações de inovação tem crescido no país, tanto nas empresas nacionais quando nas estrangeiras que aqui atuam. Esse é um bom caminho para transformar a criatividade dos brasileiros em inovação.
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Felipe Scherer é sócio-fundador da Innoscience e autor do livro Gestão da Inovação na Prática

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

VALOR ECONÔMICO

França recua ante o Brasil para evitar racha no G-20
Assis Moreira | De Paris
16/02/2011

Às vésperas da reunião ministerial do G-20, em Paris, a França ensaia um recuo para evitar uma rota de colisão com o Brasil sobre como controlar a disparada dos preços dos alimentos e regular os mercados agrícolas, após a reação do país a suas sugestões. O Valor apurou que o governo francês deflagrou um esforço adicional para explicar ao Brasil que não quer "prejudicar" os países exportadores nem buscar o controle de preços das commodities agrícolas, e sim deter a especulação com derivativos.

A França busca visivelmente evitar uma polarização no grupo das maiores economias do mundo sobre medidas envolvendo o mercado agrícola. Mas um negociador europeu admitiu que ainda é difícil decifrar o que os franceses realmente querem, porque continuam "medindo o pulso" sobre o tema. Diante da reação de países como o Brasil, alguns negociadores acreditam que Paris não vai insistir muito em questões como a formação de estoques reguladores regionais, por exemplo.

A preocupação com os preços dos alimentos está no centro da agenda francesa no G-20. Primeiro, pela situação atual de explosão dos valores e, segundo, pela aproximação da eleição presidencial na França. O presidente Nicolas Sarkozy quer mostrar que apoia seus agricultores, que tendem para a extrema-direita.

A França continua a ser um dos dez maiores exportadores de produtos agrícolas, o que permitiu que o superávit da balança comercial do país no ano passado superasse € 7 bilhões. O governo francês vem insistindo em vincular volatilidade de preços e segurança alimentar. Para o Brasil, isso tem pouco sentido. A volatilidade dos preços agrícolas sempre existiu. O que se pode tentar buscar é previsibilidade para consumidores e produtores, dentro de mecanismos de mercado e não de intervenção estatal. O Banco Mundial alertou ontem sobre "níveis perigosos" dos preços dos alimentos, que poderiam causar instabilidade política.

Por sua vez, organizações internacionais mostram que o auxílio dos países desenvolvidos para a agricultura de nações mais pobres caiu de 11,5% de toda a ajuda concedida em 1983/84 para 3,5% em 2008/09. Ao mesmo tempo, os gastos com agricultura pelos governos declinou na Ásia, África e América Latina.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

“O SUS é melhor avaliado por quem o usa”

Em sua coluna dominical nO GLOBO, ontem, o renomado jornalista ELIO GASPARI explicita:

“Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revelou que a percepção de que a rede de saúde pública brasileira é um desastre tem um perigoso ingrediente de ignorância convencional (sublinhei e, no parágrafo anterior, o jornalista acordara com o leitor uma “definição” pra sabedoria convencional como sendo “alguma coisa que as pessoas acham porque outras pessoas acham”).

Não tenho a intenção de ser um ignorante convencional, e, como tenho passado os últimos 20 anos trabalhando com e estudando satisfação de clientes (essencial à Gestão da Qualidade), talvez eu consiga agregar valor à análise do prestigioso colunista.

Prossigamos então com o ELIO: “O SUS não é nenhum Botswana, mas 30,4% dos entrevistados (pra pesquisa do IPEA, lembremos) que buscaram seus serviços ou acompanharam um familiar no último ano avaliaram-no, de uma maneira geral, como bom ou muito bom, enquanto 27,6% consideraram-no ruim ou muito ruim. O índice de aprovação do SUS fica na mesma faixa onde estão os serviços financeiros, aéreos e de telecomunicações.”

Ora, os leitores do ELIO provavelmente são leitores de jornais, em vez de lerem apenas sua coluna. Portanto, os leitores do ELIO (me incluo) provavelmente sabem que os serviços financeiros (bancos, financeiras e quejandos), aéreos (nem precisava lembrar), de telecomunicações (OI, VIVO, Claro, TIM etc), e, inclua-se, de planos de saúde, são justamente os ramos de serviços de pior avaliação, não só no nosso brioso país, mas em todos os países, por assim dizer.

Então, sem notar, o colunista reconheceu a má qualidade daqueles serviços, sem que seja necessário se usar tais serviços (que já usei e foram péssimos, e disse foram, não disse avaliei. Por exemplo, tive os ossos de dois dedos da mão direita (sou destro) soldados em locais errados por um hospital público, tendo depois de me submeter a uma cirurgia pra “dessoldar” os dedos quase inutilizados e colocá-los em seus devidos lugares, em outro hospital).

E mais, os indicadores de satisfação dos usuários daqueles serviços, explicitados pelo jornalista, denunciam uma situação realmente beirando a catástrofe, mesmo passando o jornalista durante todo o artigo a impressão de tentar “dourar a pílula”. 30,4% dos usuários avaliando aqueles serviços como “bom ou muito bom” ( o que já é um erro metodológico de avaliação monumental; pesquisas sérias não somam tais percentuais) é resultado denunciador de calamidade (em vez de qualidade) de vida.

Qualquer pessoa que milite em gestão, qualidade e produtividade etc sabe que indicador de satisfação inferior a 90% é indicador de má qualidade do serviço. Lembro, por exemplo, de pesquisa alardeada pela TELERJ poucos anos antes da respectiva (e exitosa) privatização, com a qual a tele se gabava de que 68% de seus usuários avaliavam seus serviços como bons ou muito bons! Na mesma ocasião já se contavam às dezenas o número de sites “EU ODEIO A TELERJ!” que surgiam a todo instante. Quanto à qualidade dos serviços da nada saudosa TELERJ creio não ser necessário comentar.

Continuando, o jornalista diz que, segundo a citada pesquisa, apenas 19,2% de quem não usa os serviços do SUS consideram-no “bom ou muito bom”.

Prosseguindo a sucessão de equivocadas informações, o colunista dá um “Palpite: quem não usa um serviço que atende ao andar de baixo sente-se recompensado ao achar que ele não presta...” Ora, trata-se tal afirmação de nada menos que inferência e generalização, essas sim, preconceituosas, contra os não usuários, por exemplo, este sofrido usuário emergencial.

Põe-se então o colunista a tentar comparar as qualidades dos serviços do SUS com as de serviços de saúde de países de Primeiro Mundo “mesmo sabendo-se o risco que há em qualquer comparação de pesquisas”. É verdade, não é possível comparar a satisfação de usuários de serviços de nações distintas, simplesmente porque os graus de exigência de usuários são definidos, entre outros fatores, por suas educação e cultura.

O baixo grau de exigência do brasileiro já é por demais conhecido pra que percamos tempo avaliando-o.

Resumindo, o que a pesquisa do IPEA relata é justamente que os serviços do SUS não são de qualidade mas sim de calamidade. 30% seria cômico se não fôsse trágico. Se pelo menos esse fôsse só o índice de muito bom...

P.S.: Aproveito pra uma pequena propaganda (verdadeira, jamais enganosa): Em pesquisa realizada junto a alunos dos meus cursos, verificou-se que, dentre as opções a) definitivamente não, b) não, c) talvez, d) sim e e) definitivamente sim, 80% dos respondentes escolheram a opção e) definitivamente sim, recomendarão o curso que fazem a amigos, colegas de trabalho e parentes.

Esta é, atualmente a pergunta mais importante sobre satisfação dos clientes: se eles pretendem recomendar (boca-a-boca). E o índice de 80% é tido como um dos mais elevados que se podem alcançar.

E os outros 20% dos respondentes declararam que sim, pretendem recomendar.

Veja bem: 0% de definitivamente não, 0% de não, 0% de talvez.

E perguntados sobre seus graus de satisfação, a resposta foi a mesma: 80% optaram por “muito satisfeito”, 20% escolheram “satisfeito”, 0% “muito insatisfeito”, 0% “insatisfeito”, 0% “não sei dizer”. E muito satisfeito, no caso, corresponde a muito bom.

Por José Carlos

“O SUS é melhor avaliado por quem o usa”
Em sua coluna dominical nO GLOBO, ontem, o renomado jornalista ELIO GASPARI explicita: “Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revelou que a percepção de que a rede de saúde pública brasileira é um desastre tem um perigoso ingrediente de ignorância convencional (sublinhei e, no parágrafo anterior, o jornalista acordara com o leitor uma “definição” pra sabedoria convencional como sendo “alguma coisa que as pessoas acham porque outras pessoas acham”).
Não tenho a intenção de ser um ignorante convencional, e, como tenho passado os últimos 20 anos trabalhando com e estudando satisfação de clientes (essencial à Gestão da Qualidade), talvez eu consiga agregar valor à análise do prestigioso colunista.
Prossigamos então com o ELIO: “O SUS não é nenhum Botswana, mas 30,4% dos entrevistados (pra pesquisa do IPEA, lembremos) que buscaram seus serviços ou acompanharam um familiar no último ano avaliaram-no, de uma maneira geral, como bom ou muito bom, enquanto 27,6% consideraram-no ruim ou muito ruim. O índice de aprovação do SUS fica na mesma faixa onde estão os serviços financeiros, aéreos e de telecomunicações.”
Ora, os leitores do ELIO provavelmente são leitores de jornais, em vez de lerem apenas sua coluna. Portanto, os leitores do ELIO (me incluo) provavelmente sabem que os serviços financeiros (bancos, financeiras e quejandos), aéreos (nem precisava lembrar), de telecomunicações (OI, VIVO, Claro, TIM etc), e, inclua-se, de planos de saúde, são justamente os ramos de serviços de pior avaliação, não só no nosso brioso país, mas em todos os países, por assim dizer.
Então, sem notar, o colunista reconheceu a má qualidade daqueles serviços, sem que seja necessário se usar tais serviços (que já usei e foram péssimos, e disse foram, não disse avaliei. Por exemplo, tive os ossos de dois dedos da mão direita (sou destro) soldados em locais errados por um hospital público, tendo depois de me submeter a uma cirurgia pra “dessoldar” os dedos quase inutilizados e colocá-los em seus devidos lugares, em outro hospital).
E mais, os indicadores de satisfação dos usuários daqueles serviços, explicitados pelo jornalista, denunciam uma situação realmente beirando a catástrofe, mesmo passando o jornalista durante todo o artigo a impressão de tentar “dourar a pílula”. 30,4% dos usuários avaliando aqueles serviços como “bom ou muito bom” ( o que já é um erro metodológico de avaliação monumental; pesquisas sérias não somam tais percentuais) é resultado denunciador de calamidade (em vez de qualidade) de vida.
Qualquer pessoa que milite em gestão, qualidade e produtividade etc sabe que indicador de satisfação inferior a 90% é indicador de má qualidade do serviço. Lembro, por exemplo, de pesquisa alardeada pela TELERJ poucos anos antes da respectiva (e exitosa) privatização, com a qual a tele se gabava de que 68% de seus usuários avaliavam seus serviços como bons ou muito bons! Na mesma ocasião já se contavam às dezenas o número de sites “EU ODEIO A TELERJ!” que surgiam a todo instante. Quanto à qualidade dos serviços da nada saudosa TELERJ creio não ser necessário comentar.
Continuando, o jornalista diz que, segundo a citada pesquisa, apenas 19,2% de quem não usa os serviços do SUS consideram-no “bom ou muito bom”.
Prosseguindo a sucessão de equivocadas informações, o colunista dá um “Palpite: quem não usa um serviço que atende ao andar de baixo sente-se recompensado ao achar que ele não presta...” Ora, trata-se tal afirmação de nada menos que inferência e generalização, essas sim, preconceituosas, contra os não usuários, por exemplo, este sofrido usuário emergencial.
Põe-se então o colunista a tentar comparar as qualidades dos serviços do SUS com as de serviços de saúde de países de Primeiro Mundo “mesmo sabendo-se o risco que há em qualquer comparação de pesquisas”. É verdade, não é possível comparar a satisfação de usuários de serviços de nações distintas, simplesmente porque os graus de exigência de usuários são definidos, entre outros fatores, por suas educação e cultura. O baixo grau de exigência do brasileiro já é por demais conhecido pra que percamos tempo avaliando-o.
Resumindo, o que a pesquisa do IPEA relata é justamente que os serviços do SUS não são de qualidade mas sim de calamidade. 30% seria cômico se não fôsse trágico. Se pelo menos esse fôsse só o índice de muito bom...

Por José Carlos Fontes, M.Sc, 20 anos na área da Qualidade e Produtividade

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vejam só que interessante definição de democracia encontrei: VALOR ECONÔMICO
"Maria Cristina Fernandes
Se a democracia sobreviveu num país sem neve ao longo dos últimos 26 anos é porque a maioria levou vantagem". Pode ser, eu só não sabia que democracia é o regime de exploração da minoria.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Por mais escolas dignas de nota

10/02/11 07:45 | Costábile Nicoletta - Diretor Adjunto do Brasil Econômico

A repórter Regiane de Oliveira quantifica o tamanho do problema da falta de mão de obra capacitada no país. Há cerca de 65 milhões de brasileiros com mais de 15 anos de idade que ainda não concluíram os primeiros quatro anos do ensino básico.

Os programas governamentais para educar jovens e adultos dispõem de 11 milhões de vagas. Se, improvavelmente, todos esses 65 milhões de analfabetos funcionais decidissem voltar à escola, seriam necessários seis anos para poder matriculá-los. Isso apenas para fazer com que aprendessem a ler, escrever e fazer cálculos simples.

Se nossos industriais se queixam de que a taxa cambial e a alta carga tributária colaboram para que o Brasil exporte empregos para outros países, a falta de instrução de nossos trabalhadores leva um número cada vez maior de empresas a importar empregados.

Crescem as vagas, diminuem os candidatos brasileiros capazes de preenchê-las, um empecilho ao crescimento econômico-social cuja gravidade tem sido discutida superficialmente.

Essa limitação não prejudica apenas os trabalhadores. Segundo a Fundação Getulio Vargas, a chance de uma pessoa conseguir emprego é 48,2% maior entre os letrados do que entre os sem formação profissional concluída. Menos trabalho, menos renda, menos consumidores.

Em algum momento, a conta será cobrada sem indulgência pelas chamadas forças do mercado.

O descaso com a educação atravessa décadas no Brasil. Governos democráticos ainda não conseguiram melhorar a herança alienante dos bancos escolares atribuída aos militares.

Ironicamente, o parlamentar mais votado nas últimas eleições foi acusado de não saber ler nem escrever e sofreu constrangimento público por estar nessa condição.

Em vez de restringir a representação política de quem não consegue somar dois mais dois, é mais justo e produtivo aumentar as oportunidades para que aprenda.

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Costábile Nicoletta é diretor adjunto do Brasil Econômico

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O cenário da economia nacional, ao contrário do que a grande imprensa enfatiza, parece preocupante, senão vejamos:

a - a inflação, mais do que preocupar, sobe. Medidas duras já adotadas pelo BC parecem insuficientes, e o mercado espera que ainda maior contundência venha por aí (a inflação na cidade de São Paulo em 2010, por exemplo, foi de 7,6%);

b - medidas antiinflacionárias duras já afetam negativamente a comercialização: por exemplo, a venda de carros novos caiu nada menos que 36% em janeiro de 2011 comparando-se ao mesmo mês do ano passado; no comércio em geral a queda, senão tamanha, é também generalizada.

Contudo, tais medidas são insuficientes
e tanto o mercado quanto o BC esperam pouco progresso antiinflacionário neste ano (????);

c - o saldo comercial da VALE com o exterior em 2010 foi de U$ 23 bi, enquanto todo o saldo da balança comercial brasileira foi de apenas U$ 20 bi. Isso quer dizer que tirando-se a VALE das estatísticas, todo o restante da indústria brasileira e agricultura juntos conseguiram nada menos que um déficit de U$ 3 bi. Se consideramos que a agricultura brasileira sempre obtém grande saldo, inda mais em época de alta de preços dos alimentos, vemos que o déficit comercial da indústria foi gigantesco, o que está
assustando os industriais brasileiros. Isso quer dizer falta absoluta de competitividade da indústria;

d - só a Petrobras importou U$ 20 bi a mais que exportou, ano passado, dado o grande e abrupto
crescimento da frota nacional de automóveis (já a quarta maior do mundo) e a expansão zero da capacidade de refino no país;

e - o governo continua com sua opção preferencial pelos pobres, o que aponta pra um futuro ainda pior para a produção de bens de maior valor agregado. A fabricação de bens mais simples e de grande consumo popular, como móveis, material de construção, roupas, calçados etc é que é a privilegiada, enquanto bens
mais sofisticados não se tem em vista. Nosso ponto de vista é de que é contraindicado o quase abandono de atenção às indústrias produtoras de bens de maior valor agregado. Tudo bem quanto à ênfase às camadas mais carentes da população, claro, mas que não se deixem de lado as demais classes. Isso quer dizer que se mira a geração de empregos em quantidade, porém de menor remuneração e que requerem menos qualificação
da mão-de-obra;

f - Isso também quer querer dizer que a "comoditização" da economia brasileira, no fim das contas e na prática, parece ser política governamental;

g - a indústria, que, a grosso modo, há muito tempo foge da competição no exterior, justamente por ter sempre evitado maior desenvolvimento de sua competitividade, agora defronta-se com o competidor externo
no próprio mercado interno. Após vários anos perdendo mercado lá fora, agora percebe que está perdendo, e muito, também aqui;

h - com a volta do crescimento das economias centrais, muitos dos investidores estrangeiros
redirecionam seus recursos àqueles países, diminuindo a parcela que aplicavam no Brasil.

i - o preço da terra no Brasil chegou a níveis recordes, o que pode induzir o investidor estrangeiro a procurar, por exemplo, a África.

Esse, evidentemente a muito grosso modo, é o cenário interno e de curto prazo. Mudanças de certo grau de dramaticidade acontecendo no ambiente externo, porém, prenunciam quadro de médio e longo prazo ainda mais negativo, por exemplo:

j - muitos países da América Latina e mundo afora agora decidiram competir mais intensamente na produção de alimentos. Por exemplo,a Índia se tornou um dos maiores produtores e exportadores de acúcar e álcool e a Colômbia tem o mesmo propósito. Aliás, o Brasil, criador do Proàlcool, é o segundo maior importador de álcool combustível do mundo;

k - a alta da cotação do petróleo acelera bastante a substituição já em andamento daquela fonte de
energia não renovável, por tornar mais compensatório investir em energias solar e eólica, em álcool, alcooquímica, etc;

l - no último trimestre de 2008, os países desenvolvidos alertaram que tão logo superassem a crise econômica, passariam a investir menos nos emergentes e mais na África. Afinal de contas, os emergentes estão muito bem, enquanto a sítuação na África é calamitosa. Parece que não esperaram a crise passar, por que, das 10 economias que mais cresceram no mundo nos últimos dois anos, seis são africanas.
Ora, ao que se sabe a África não é especialista na produção de foguetes e computadores, mas de minérios, petróleo e alimentos, justamente os itens dos quais nossa balança comercial mais se tornou dependente.

Esse é o cenário que o atual governo recebeu, e que exigirá muito boa gestão e criatividade por
parte não só do governo mas também de cada nacional.Todas essas mudanças já eram previstas há alguns anos, mas não se sabe de grandes iniciativas adotadas visando preparar nossa economia pra não só se defender delas, mas delas também se beneficiar.

Sabe-se que tal inércia será mudada já a partir do próximo dia 15, pelo governo. Porém, mais
importante que aguardar pra ver o que o governo vai fazer é a conscientização de que há muito que pode e deve ser feito pela própria iniciativa privada e pela sociedade em geral.

Nossa parcela de colaboração acontecerá no ensino superior de Pós Graduação e em consultoria. São agregações ao conhecimento nas áreas de gestão e de inovação o que de melhor sabemos e queremos fazer pela nossa nação.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A estratégia de quem sabe mostra-se desse modo totalmente acertada: Livrando o mundo de terroristas ditadores e substituindo o petróleo, está sendo construído um mundo melhor.

José Carlos
"Crise" nos países árabes caçapa cantada em prosa e verso.

Desde que os EUA e demais países desenvolvidos decidiram se livrar da dependencia do petróleo e seus
ditadores de quinta categoria, adotando o carro elétrico (fins de 2007) que já se previam problemas críticos pra aquela região.

O que está acontecendo é que as populações árabes estão percebendo que o islamismo radical, o apoio ao terrorismo e a suas ditaduras que usurpam quase toda a renda do petróleo deixando seus povos quase analfabetos, sem empregos nem futuro, formam uma situação que pode levar aquelas nações ao caos em pouco tempo (uma, duas décadas no máximo).

Enquanto o Iraque tem sido uma das economias que mais crescem no mundo, os demais países árabes assistem os países desenvolvidos substituírem o petróleo (e o futuro daquelas nações) pela energia solar, a eólica, o carro elétrico, a alcoolquímica etc.

O futuro do preço do "ouro negro" é que é negro, embora o presente ainda seja esplendoroso.

As fichas estão caindo, e os regimes apoiadores do terror também.

As populações árabes não teem outra saída a não ser substituírem seus regimes, mudarem suas culturas e adotarem a democracia. A alternativa é o caos e a fome.

Vejamos se no Iraque vem acontecendo algo semelhante: negativo, lá já há uma democracia que proporciona empregos, futuro, liberdade, melhor distribuição da renda.

Talvez seja interessante os países desenvolvidos se acautelarem: regimes ditatoriais em desespero podem tentar retaliar com mais terrorismo.

O terrorista regime iraniano já mudou de conversa: internet, democracia, participação popular, que antes eram coisas do "Grande Satã EUA", agora são "renovação islâmica".

E a invasão do Iraque começa a se mostrar como quem consegue enxergar um palmo à frente do nariz sempre viu: uma bênção pro povo iraquiano.

E agora para os demais povos árabes também.

Taxa de desemprego nos EUA cai de 9,4% para 9% em janeiro



São Paulo - A taxa de desemprego dos Estados Unidos caiu de 9,4%, em dezembro, para 9%, em janeiro,
informou o Departamento de Trabalho nesta sexta-feira (4).

Porém, a economia americana decepcionou no volume de empregos criados: apenas 36 mil postos no primeiro
mês do ano ante expectativas dos analistas de 146 mil. O governo revisou o dado de dezembro de 103 mil
para 121 mil. Em 2010, os Estados Unidos criaram 909 mil de postos de trabalho, uma média de 75,7 mil
postos mensais.

Em relatório, a corretora Cruzeiro do Sul diz que "a menor criação de postos de trabalho nos EUA teve
influência direta da questão climática, onde o forte inverno e as nevascas não só têm impedido a busca,
como também a oferta de novas vagas, o que relativiza o resultado abaixo das expectativas médias dos
analistas."

O Banco Fator também divulgou relatório destacando que "a queda na força de trabalho explica a maior
parte da queda da taxa de desemprego. De acordo com a pesquisa do Departamento de Trabalho Americano,
cerca de 707.000 americanos foram impedidos de ir trabalhar devido às tempestades e nevascas que
atingiram toda a costa leste americana."

O número de pessoas desempregadas em janeiro caiu 600 mil, para um total de 13,9 milhões de americanos
à procura de uma vaga no mercado de trabalho.

Preço da cesta básica sobe em 14 das 17 capitais avaliadas pelo Dieese
Valor
04/02/2011 13:37
SÃO PAULO - O preço da cesta básica subiu em 14 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em janeiro. Em comparação a dezembro, o valor caiu apenas em Curitiba (2,79%), São Paulo (1,47%) e Recife (0,32%). A maior alta ocorreu em Brasília, onde o conjunto de bens essenciais ficou 9,41% mais caro.

Mesmo após o recuo de preços em janeiro, São Paulo permanece com a cesta básica mais cara do país, em R$ 261,25. Em seguida, vieram Manaus (R$ 255,80) e Brasília (R$ 255,65). Os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 182,76, o único lugar com valor menor que R$ 200) e João Pessoa (R$ 200,21).

O Dieese notou que, para comprar a cesta básica em janeiro, um trabalhador que ganha salário mínimo precisou de 95 horas e 3 minutos de sua jornada. Em dezembro de 2010, porém, foram necessários 98 horas e 11 minutos.

"Apesar da predominância de aumento no custo da cesta, o tempo de trabalho reduziu-se em mais de 3 horas em relação ao mês anterior devido ao reajuste de 5,88% aplicado ao salário mínimo. No entanto, a jornada necessária é bem maior, este ano, que em janeiro do ano passado, quando correspondia a 86 horas e 48 minutos", apontou a pesquisa.

Na maioria das capitais, o tomate e o óleo de soja pressionaram o preço da cesta básica.

(Valor)

VALOR ECONÔMICO
Para Mercadante, Brasil não pode ser apenas exportador de commodities
Eduardo Laguna e Francine De Lorenzo | Valor
04/02/2011 14:19

SÃO PAULO – O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, defendeu hoje ações da indústria no campo da inovação e afirmou que o país não pode se acomodar em ser meramente um exportador de commodities.

“Há uma urgência na questão da inovação no Brasil. Para ser competitivo, vai ter que inovar”, disse Mercadante.

O tema foi discutido nesta sexta-feira na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na capital paulista, com a presença de executivos de empresas nacionais e multinacionais, entre eles, os presidentes da Vale, Roger Agnelli, e da Embraer, Frederico Curado.

Na reunião, foram discutidos pontos como a necessidade do país de desenvolver centros de desenvolvimento, formar mão de obra qualificada, aprimorar os incentivos à inovação e estabelecer uma cultura de propriedade intelectual.

Apesar do crescimento da atividade industrial, Mercadante lamentou que setores de alta tecnologia nacionais têm sofrido uma retração nas exportações, embora tenha admitido que essa situação também está relacionada ao câmbio.

Para o ministro, uma das saídas para a indústria é seguir o exemplo da agricultura brasileira, setor em que os investimentos em inovação têm permitido ao Brasil ocupar espaços relevantes no mercado internacional.

“O que a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) fez na agricultura? Colocou o Brasil como o segundo maior produtor e exportador de alimentos. Isso não é só natureza, é inteligência, pesquisa e inovação”, comentou.

Em sua participação na entrevista coletiva a jornalistas após a reunião com os executivos, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que o país não tem uma cultura de inovação, tanto entre as empresas como no governo e na academia.

Por sua vez, Mercadante lembrou que os investimentos em inovação estão entre as prioridades nas políticas do governo dos Estados Unidos para recuperar a economia do país.

O ministro disse que o presidente americano, Barack Obama, falou sobre inovação por nove vezes em um discurso recente sobre congelamento de gastos públicos nos próximos cinco anos. “Isso indica que a saída para a economia americana depende da sua capacidade de inovar”, assinalou Mercadante.

(Eduardo Laguna e Francine De Lorenzo | Valor)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Vivendo em negação
Alexandre Schwartsman
03/02/2011

Se houvesse um campeonato mundial de negação da realidade, não tenho dúvidas que algumas autoridades nacionais seriam fortes candidatas ao título. À luz da aceleração recente da inflação, mesmo em face de sinais inequívocos de sobreaquecimento da economia, ainda há quem busque em fatores externos a explicação para o forte desvio da inflação relativamente à meta, que, a valerem as expectativas, deverá se repetir em grande estilo também em 2011.

VALOR ECONÔMICO
Concorrência chinesa engole mercados de produtos brasileiros
Azelma Rodrigues | Valor
03/02/2011 12:06
BRASÍLIA – A concorrência com produtos chineses no mercado interno afeta uma em cada quatro indústrias brasileiras. Entre as empresas exportadoras, 67% alegam perder mercado para os chineses no exterior. Mas entre os importadores, 32% querem ampliar compras de matérias-primas da China, revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Sondagem especial da CNI, realizada com 1.529 empresas grandes, médias e pequenas, entre 4 e 19 de outubro de 2010, fez uma apanhado da “sensação” dos empresários em relação à concorrência chinesa. Em 2006, a CNI havia feito pesquisa semelhante, mas as perguntas foram alteradas.

As empresas apontaram que intensificou-se a concorrência com produtos chineses, manufaturados, tanto no mercado brasileiro como no mercado internacional.

Cerca de 52% das exportadoras competem com chineses no exterior. Quase metade ou 45% dessas exportadoras perderam mercado doméstico. No exterior, 67% perderam clientes, e 4% deixaram de exportar, frente à ofensiva chinesa.

“A gente não pergunta se a maior concorrência é na qualidade ou no preço. Mas sabemos que a taxa de câmbio local em queda, favorece preços menores e o aumento da importação desses produtos. A diferença cambial e os custos de produção são elementos fortes, porque a mão de obra, os encargos e o custo do capital, com juros mais baixos que os nossos, levam as empresas brasileiras a ficar em desvantagem”, avaliou o economista da CNI, Flávio Castelo Branco.

No mercado interno, a presença chinesa é mais forte em seis setores: material eletrônico e de comunicação; têxtil; equipamentos hospitalares; calçados, máquinas e equipamentos e indústrias diversas.

Na mão inversa, uma em cada cinco empresas brasileiras importou insumos da China em 2010, o dobro da proporção em relação a 2006. Cerca de 32% desses importadores querem ampliar as compras de matérias-primas chinesas e 10% das grandes empresas brasileiras já montaram plantas industriais em solo chinês (veículos, máquinas e equipamentos e materiais elétricos e eletrônicos, principalmente).

Para defender-se do avanço dos produtos chineses, metade das indústrias brasileiras já traçou estratégia para enfrentar a competição. A linha básica desses planos foca o aumento do investimento em qualidade e no design dos produtos.

”Temos que fazer com que a economia brasileira seja tão atrativa ou mais atrativa que a China, para que as nossas empresas deixem de ir para lá, com melhor a infraestrutura, sistema tributário que reduza o custo investimento e não tribute a exportação, custo de capital menor, enfim, uma agenda de competitividade de longo prazo, que pouco andou nos últimos quatro anos e se agravou com a valorização do câmbio”, concluiu Castelo Branco.

Ao ser lembrado que a China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil, suplantando os Estados Unidos em 2010, o economista destacou que "para a indústria de transformação, essa situação está mais negativa do que positiva."

(Azelma Rodrigues | Valor)

JORNAL DO COMMERCIO
Inflação em São Paulo acumula alta de 7,62% em um ano, mostra Fipe
| Da redação


A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), na cidade de São Paulo, alcançou alta de 1,15% no fim de janeiro, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (2). Foi a taxa mais elevada na variação mensal desde janeiro do ano passado, quando o índice registrou avanço 1,34%. No acumulado de janeiro de 2010 a janeiro deste ano, o IPC aumentou 7,62%.

O grupo transporte exerceu a maior pressão no orçamento das famílias, com alta de 3,18% ante 0,39% no mês passado, seguido por educação, com 5,61% ante 0,10%. Dos sete grupos pesquisados, apenas o de alimentação apresentou decréscimo passando de 1,38% (em dezembro) para 0,73%. Apesar da desaceleração, no acumulado de janeiro a janeiro, este grupo lidera os avanços (13,01%).

Já o grupo habitação teve alta de 0,41% ante 0,21%; despesas pessoais 0,85% ante 0,31%; saúde 0,39% ante 0,23% e vestuário 0,04% ante 0,67%.

ISTOÉDINHEIRO
ONLINE | ECONOMIA | 03.FEV - 11:37
CNI: 67% das empresas perderam clientes para a China
Por Eduardo Rodrigues
O impacto da concorrência com a China na indústria brasileira é tão significativo que 67% das empresas exportadoras brasileiras que competem com produtos chineses perderam clientes. Outros 4% deixaram de exportar, de acordo com a Sondagem Especial divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Além disso, 45% das empresas que competem com a China perderam participação no mercado brasileiro. A presença da China é mais intensa em seis setores industriais, nos quais pelo menos metade das empresas afirmaram que concorrem com similares chineses. É o caso dos setores de material eletrônico de comunicação, têxteis, equipamentos hospitalares e de precisão, calçados, máquinas e equipamentos, além do setor que a CNI classifica como "indústrias diversas".
No geral, 52% das empresas exportadoras brasileiras competem com a China em outros mercados. Entre as companhias consultadas, 21% registram importação de matéria-prima chinesa, denotando, segundo a CNI, um aumento da penetração do país asiático na cadeia produtiva brasileira. Além disso, 32% dessas empresas pretendem aumentar as compras de insumos do gigante asiático.
De acordo com a sondagem, 50% das indústrias brasileiras já definiram estratégias para enfrentar a competição com os produtos chineses. A principal alternativa é o investimento em qualidade e design de produtos. Ainda assim, 10% das grandes empresas brasileiras já produzem com fábrica própria na China, como resposta à concorrência com companhias chinesas pelos mercados brasileiro e internacional. A sondagem foi realizada entre os dias 4 e 19 de outubro do ano passado com 1.529 empresas.
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VALOR ECONÔMICO
Carteiras globais: Aplicações voltadas para emergentes têm resgates com investidores realizando lucros e procurando ganhos nos mercados desenvolvidos.
Fundos de ações dedicados ao país perdem na semana
Luciana Monteiro | De São Paulo
31/01/2011

Depois da euforia dos estrangeiros com os mercados emergentes no ano passado, o que se vê é que agora eles começam a privilegiar os países mais ricos. Segundo dados da consultoria EPFR Global, especializada em fundos de investimento internacionais, o fluxo de recursos neste fim de mês está se dirigindo mais para os mercados de ações de países desenvolvidos.

Os fundos de ações dedicados a mercados emergentes tiveram seu primeiro período de resgates em cinco semanas. Os saques na semana que terminou em 26 de janeiro foram os maiores desde o terceiro trimestre de 2008.

Pressões inflacionárias, ações já caras, avanços nos controles de capital, renovada atenção ao risco político e fraqueza do dólar dos EUA pesaram sobre os mercados emergentes nas últimas semanas, ressalta o relatório da EPFR Global. A alta de preços é também uma grande preocupação para os investidores na América Latina, com Venezuela e Argentina com taxa de inflação estimadas em mais de 20% (extraoficialmente, no caso da Argentina), diz o texto da consultoria. E, no caso do Brasil, a inflação crescente também causa inquietação.

Os fundos de ações voltados as mercados emergentes globais (GEM, na sigla em inglês) tiveram sua pior semana em quase três anos. Os números mostram que US$ 2,309 bilhões saíram dessas carteiras na semana do dia 26, dos quais US$ 184,17 milhões foram só dos Bric (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China).

Os dados mostram que os fundos de ações dedicados ao mercado brasileiro sofreram resgates de US$ 77,30 milhões na semana encerrada em 26 de janeiro. A boa notícia é que o resultado continua positivo no acumulado do ano, com captação líquida de US$ 1,119 bilhão, segundo dados da EPFR Global.

Mesmo a China, que recebeu uma enxurrada de recursos no ano passado, aparece com a mesma tendência de resgates neste fim de mês. Os fundos de ações voltados ao mercado chinês registraram resgates de US$ 226,21 milhões na semana do dia 26. As perdas fizeram o país ficar no vermelho no ano, com saques de US$ 230,93 milhões até o dia 26.

As carteiras voltadas à Índia apresentaram saques de US$ 139,93 milhões na semana e, no ano, acumulam resgates de US$ 87,69 milhões. A exceção é a Rússia, cujos fundos de ações receberam US$ 226,21 milhões na semana encerrada dia 26 e, no ano, captam US$ 1,186 bilhão.

A saída de recursos do Brasil puxou para baixo os dados referentes aos fundos de América Latina, que registraram saques pela quinta vez nas últimas sete semanas. A região apresentou perdas de US$ 105,96 milhões na semana que terminou no dia 26. No ano, entretanto, o saldo também continua positivo, com ingresso líquido na região de US$ 797,88 milhões.

Os resgates de fundos de ações dedicados ao Brasil foram, inclusive, maiores do que os apresentados pelas carteiras dedicadas ao México, que perderam US$ 25,82 milhões na semana do dia 26. Lá, no entanto, os número já aparecem negativos no acumulado do ano, de US$ 213,15 milhões.

As expectativas de que os Estados Unidos e a União Europeia crescerão mais rápido do que o inicialmente esperado durante o primeiro semestre deste ano ajudaram na recente mudança de humor dos investidores. Na semana encerrada em 26 de janeiro, os fundos de ações de mercados desenvolvidos tiveram ingresso de recursos pela sétima vez em oito semanas. Os fluxos para as carteiras de Japão e Europa chegaram às máximas em 43 e 34 semanas, respectivamente. Os fundos voltados para os Estados Unidos captaram US$ 2,6 bilhões e os de Japão, US$ 618 milhões.

Pela segunda semana consecutiva, todos os cinco principais grupos de fundos de ações voltados aos países desenvolvidos acompanhados pela EPFR atraíram recursos, ajudados em parte pelo retorno dos investidores de varejo. Os fundos de ações voltados para a Europa absorveram US $ 1 bilhão pela primeira vez desde junho com os dados macroeconômicos melhores que o esperado. Isso tem encorajado os aplicadores a reavaliar as perspectivas para a região.

Na renda fixa, os investidores mantiveram a sua aversão à dívida de municípios dos Estados Unidos e à zona do euro durante a quarta semana de fevereiro.

VALOE CONÔMICO

Comércio exterior: Com exceções, saldo de grande exportador piora
Vale, sozinha, tem superávit superior ao brasileiro
Marta Watanabe | De São Paulo

Silvia Costanti / Valor
José Augusto de Castro, da AEB: "Para muitas empresas, importar é mais barato que produzir no mercado interno"
A alta de preço das commodities exportadas e o aumento de desembarques provocado pelo crescimento do mercado doméstico foram os fatores que mais influenciaram os resultados individuais da balança comercial das grandes empresas.

A Vale foi a companhia com o maior saldo comercial positivo nas trocas internacionais em 2010. Alavancadas pelo aumento do preço do minério de ferro, as exportações da Vale atingiram US$ 24,04 bilhões. Com importações de US$ 762,3 milhões, o superávit da companhia foi de US$ 23,3 bilhões, superior ao superávit total do país de US$ 20 bilhões no ano passado. A Petrobras, que foi a segunda maior exportadora em 2010, teve saldo negativo nas trocas com o exterior. Com exportação de US$ 18,2 bilhões e importação de US$ 19,6 bilhões no ano passado, a companhia fechou o ano com déficit de US$ 1,4 bilhão, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Embora tenha reduzido suas vendas ao exterior em 2010, na comparação com 2008, a Embraer, quarta maior exportadora, fechou o ano passado com superávit de US$ 1,65 bilhão, resultado de exportações de US$ 4,16 bilhões e importações de US$ 2,51 bilhões.

A Vale obteve grande superávit em razão do aumento no valor das suas exportações. Os US$ 24,04 bilhões embarcados em 2010 representaram um aumento de 77,7% em relação 2008. A elevação no valor exportado foi propiciada principalmente pelo aumento de preços do minério de ferro, explica Lia Valls, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV). "O minério de ferro passou por uma elevação de preço muito grande e isso teve influência maior no valor exportado do que o volume", diz ela.

Segundo dados do Mdic, a exportação brasileira total de minério de ferro aumentou em 10,4% em termos de volume em 2010, na comparação com 2008. O preço médio em 2008 foi de US$ 58,71, caiu em 2009, mas recuperou-se depois, fechando 2010 com preço médio de US$ 92,98 a tonelada - salto de 58,37% no período.

A Vale importa tradicionalmente valores relativamente baixos e seus investimentos estão voltados intensamente para a infraestrutura, o que também contribui pouco para a elevação dos desembarques, lembra José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Trajetória diferente segue a Petrobrás, que manteve no ano passado o saldo tradicionalmente deficitário nas trocas internacionais. Castro explica que a Petrobras provavelmente importou muito óleo leve em razão do consumo doméstico aquecido. Ele lembra que o óleo leve atualmente importado é mais caro que o petróleo mais pesado vendido ao exterior pela Petrobras, o que explica o seu frequente saldo negativo comercial.

Outro caso em que a importação em função de mercado doméstico aquecido provavelmente fez diferença, lembra Castro, é o da Braskem. Oitava maior exportadora e, ao mesmo tempo, segundo maior importador no ano passado, a Braskem fechou o ano passado com um pequeno déficit de US$ 69,2 milhões. Suas exportações totalizaram no ano passado US$ 2,47 bilhões, o dobro de 2008. As importações, porém, triplicaram no mesmo período, passando de US$ 847,6 milhões para US$ 2,54 bilhões.

O impacto da alta demanda interna se estende também a outros segmentos. De acordo com dados do Mdic, montadoras como Mercedes-Benz, Toyota, Volkswagen e Peugeot tiveram seus saldos positivos reduzidos ou seus déficits aprofundados de 2008 para 2010. Ford e Fiat passaram, no mesmo período, de superávits para saldos negativos.

A Ford, que teve em 2008 saldo positivo de US$ 184,5 milhões, terminou o ano passado com déficit de US$ 159,7 milhões. A italiana Fiat passou, no mesmo período de superávit de US$ 212,1 milhões para saldo negativo de US$ 61,3 milhões em 2010. As importações que a empresa passou a fazer a partir de 2009 da Argentina contribuíram para elevar as importações da companhia de US$ 818,6 milhões em 2008 para US$ 1,29 bilhão no ano passado.

"Para muitas, empresas, importar é mais barato do que produzir no mercado interno, principalmente quando se trata de importação dentro da mesma empresa", explica Castro. "E com o consumo doméstico aquecido a tendência foi direcionar a produção nacional principalmente para as vendas internas, sem tanto esforço para exportação." Em 2010, segundo dados do Mdic, os desembarques de automóveis de passeio totalizaram US$ 8,54 bilhões, o que representa crescimento de 59,9% na comparação com 2008.

Fabricantes de eletroeletrônicos, como Samsung, acabaram com grande aprofundamento do déficit. A coreana, que havia ficado com saldo negativo de US$ 1,37 bilhão em 2008, atingiu no ano passado déficit de US$ 2,18 bilhões. Aqui, explica Castro, fez diferença a importação de componentes destinados a produzir também para o mercado interno. No ano passado, a importação brasileira de circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos totalizou US$ 3,99 bilhões, aumento de 74,8% em relação aos desembarques de 2008.

VALOR ECONÔMICO
Preço do minério de ferro ajuda balança a ter superávit
Marta Watanabe | De São Paulo
02/02/2011


A elevação da exportação de minério de ferro contribuiu fortemente para garantir o superávit da balança comercial em janeiro. Dos US$ 15,22 bilhões exportados pelo Brasil no primeiro mês deste ano, US$ 2,54 bilhões foram embarques de minério de ferro. A importação total do Brasil foi de US$ 14,79 bilhões, o que resultou em saldo positivo de US$ 424 milhões.

O preço fez a grande diferença na elevação do valor exportado de minério de ferro. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a quantidade de minério embarcado em janeiro aumentou 2,7%, enquanto o preço por tonelada subiu 144,7%.

Os grandes compradores de minério brasileiro são China, Japão e Coreia do Sul. Por isso, o crescimento de vendas desse produto básico fez a China despontar já no primeiro mês do ano como principal destino individual dos embarques brasileiros. Em janeiro do ano passado, os Estados Unidos foram o principal destino. A China assumiu a liderança apenas a partir de março, quando tradicionalmente, em função da sazonalidade do campo, iniciam-se as exportações de commodities agrícolas, como a soja.

A exportação brasileira para a China em janeiro chegou a US$ 1,77 bilhão, com elevação de 49,8% no valor médio diário na comparação com o mesmo mês do ano passado. No mesmo período, a exportação total teve crescimento de 28,2% na média diária. Os embarques para os americanos em janeiro ficaram em US$ 1,66 bilhão, com aumento de 15,4% no valor médio diário em relação ao mesmo mês de 2010.

"Já esperávamos um ganho de relevância do minério de ferro no saldo da balança, mas a magnitude em janeiro nos surpreendeu", diz André Sacconato, economista da Tendências Consultoria Integrada. Ele acredita que o minério de ferro manterá os preços altos e continuará sustentando o superávit da balança comercial. Ele lembra que, principalmente em razão do desempenho do minério de ferro, a consultoria revisou em janeiro a projeção de saldo comercial para 2011. O superávit, anteriormente estimado em US$ 18 bilhões, foi elevado para US$ 28 bilhões.

"A nossa avaliação é de que a limitação para o minério de ferro neste ano não aconteça na demanda e sim na oferta", diz ele. A análise baseia-se na perspectiva de crescimento da China, cujo Produto Interno Bruto (PIB) se expandiu 10,3% em 2010. Segundo a Tendências, o país deve continuar a crescer cerca de 9% nos próximos anos. "Há uma forte demanda chinesa por moradia e infraestrutura e o investimento na China tem crescido em relação ao seu PIB."

Para Fábio Silveira, sócio da RC Consultores, o mês de janeiro mostra como o processo de valorização das commodities tem beneficiado as exportações brasileiras. Em janeiro, a venda ao exterior de básicos atingiu US$ 6,69 bilhões, valor maior que os US$ 5,93 bilhões de exportação de manufaturados. Os básicos, que em janeiro de 2010 representavam 36% do valor exportado, avançaram para 43,9% no primeiro mês de 2011.

As importações, lembra Silveira, também mantiveram ritmo forte de crescimento, com elevação de 22,7% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2010. A elevação foi puxada pelos bens de consumo que tiveram, no mesmo período, alta de 29,5% no valor médio diário. No total importado, o valor médio diário cresceu 22,7%. O principal fornecedor individual do Brasil foi a China, por pequena diferença. O país asiático vendeu ao Brasil, em janeiro, US$ 40 milhões a mais que o segundo maior fornecedor, os Estados Unidos. O valor médio diário importado da China, porém, cresceu 39,1% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2010. No mesmo período, os desembarques originados dos EUA tiveram crescimento menor na média diária, de 29,7%.

Números do IBGE confirmam o mau momento da indústria


Há uma flagrante perda de competitividade no país: está muito caro produzir, mais caro ainda é produzir para exportar
2/2/2011 - 17:52 - Redação


IEDI *

O crescimento de 10,5% da indústria em 2010 com relação a 2009 – este último ano marcado pela crise – mostra que o setor logrou recuperar-se dos efeitos da situação internacional, que, como sabemos, atingiu em cheio o setor manufatureiro do País – como de resto atingiu o setor industrial mundo afora. Portanto, o resultado deve ser louvado, mas está longe de refletir a dinâmica da indústria brasileira ao longo do ano de 2010.

Em verdade, o desempenho registrado em 2010 pode ser considerado favorável na média do ano, mas o que também fica evidenciado nos últimos dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados hoje pelo IBGE, é que, no decorrer do ano passado, a situação da produção foi se deteriorando. O crescimento da produção industrial foi pujante de meados de 2009 até março de 2010, mas, a partir daí, passou a oscilar mensalmente – apresentando predominantemente variações negativas –, culminando em dezembro último com uma queda de 0,7% com relação a novembro, variação que se seguiu a uma retração de 0,2% no mês imediatamente anterior.

De abril a dezembro de 2010, a indústria acumula redução de 2,7%, o que mostra que as importações não apenas vieram para complementar a produção industrial, dado o dinâmico crescimento da demanda doméstica, mas que elas estão também substituindo a produção local.

De fato, como o mercado interno vem preservando um crescimento elevado desde que a economia superou a crise, não se justifica o declínio da produção industrial no período em foco exceto pelo canal das importações. É importante destacar novamente que as compras no exterior contribuem efetivamente para complementar a oferta doméstica, mas que na situação presente elas já extrapolaram essa dimensão e passaram a restringir a produção nacional.

Há uma flagrante perda de competitividade de se produzir no País, sendo importante destacar que a produtividade na produção brasileira de bens e serviços poderia avançar mais rapidamente, assim como é importante também avançar mais nos esforços para dotar a empresa brasileira de uma maior capacidade inovadora. No entanto, é ainda mais contundente o diferencial de custos de produção e financiamento no Brasil em relação a outros países, sobretudo aqueles mais aguerridos em suas estratégias de desenvolvimento industrial, como a China.

Está muito caro produzir no Brasil, mais caro ainda é produzir para exportar. Não há um fator único, mas um conjunto deles que determinam o estágio atual do problema. O núcleo comum é a tolerância com que a Política Econômica lida com as elevadíssimas taxas de juros dos empréstimos domésticos para capital de giro, com a ausência de fontes voluntárias de longo prazo para investimentos, com os tributos que o exportador nacional ainda carrega nas vendas externas, com os encargos trabalhistas elevadíssimos, com a infraestrutura cara e insuficiente e, por fim, com juros e câmbio absolutamente fora do lugar.

A análise dos segmentos por categoria de uso reforça o diagnóstico de que a indústria vive um momento que está longe de acompanhar o dinamismo do mercado interno consumidor. Todos os segmentos tiveram resultados adversos em dezembro na comparação com novembro, incluindo o setor que vinha apresentando alguma resistência à queda da produção corrente, qual seja, o de bens de capital. Neste setor, o recuo foi de 0,5%; no de bens intermediários, a variação foi nula; e nos segmentos de bens de consumo duráveis e de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis, a produção caiu 0,6% e 0,4%, respectivamente.

No período abril-dezembro de 2010, esses segmentos acumularam as seguintes variações: 1,1% em bens de capital; –0,3% em bens intermediários; –2,0% em bens de consumo duráveis; e –3,4% em bens de consumo semiduráveis e não-duráveis.

* Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial

O problema da economia não é o câmbio (a menos que se esteja falando do câmbio das mentalidades, essencial, e que ainda não ocorreu). Devido ao excesso de intervenções da Fazenda e do BC, também não pode ser classificado como livre. Se não fôssem tais intervenções, a taxa já estaria bem inferior a R$ 1,50/dólar. Isso quer dizer que a indústria já é protegida além da conta. Culpar o Cãmbio é mais ou menos como culpar a chuva pelos problemas na Região Serrana. Como bem disse nossa Presidenta, a culpa é do desleixo. No caso da economia, desleixo para com a qualidade, desleixo para com a gestão, desleixo para com a produtividade, desleixo para com os custos (Custo Brasil à frente), desleixo pra com a inovação, a ciência e a tecnologia, desleixo para com a educação, desleixo para com a qualificação da mão-de-obra. Aliás, o governo anterior aplicou apenas 23% do que o governo anterior a ele aplicou em qualificação da mão-de-obra.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Não só eu, mas também a indústria nacional, que cresceu 0,1% em outubro, 0,2% em novembro e negativamente em dezembro de 2010, lastimamos sinceramente que a população tenha feito opção pela ignorancia, em 2002. É de se prever que a médio prazo também a agricultura e a própria mineração venham a lastimar. Quando eu iniciei meu mestrado no IBMEC, me lembro que vários seres (sem dúvida desumanos) me perguntavam: “De que te vai servir esse teu mestrado”? No mesmo ano, a população formalizou sua escolha.
Felizmente existem pessoas lúcidas no país, e no próximo dia 15 será adotada providência que já chega atrasada em 8 anos, mas antes tarde… De minha parte, pretendo continuar a meu modo ajudando nas áreas da gestão e da inovação, a tentar corrigir o êrro de quem não tem consciência do que faz. como diz o ditado: “Se você não crê na educação, então experimente a ignorancia”.

Noticiário (valor Econômico) dá conta de que o superávit comercial da VALE foi de nada menos que U$ 23 bi em 2010, enquanto o superávit comercial do Brasil inteiro no mesmo ano foi de U$ 20 bi, ou seja, sem a VALE, o país teria déficit na balança comercial de U$ 3 bi (o que também quer dizer que o conjunto dos demais produtores nacionais é deficitário). No mês passado mesmo o saldo da balança comercial é atribuível igualmente à VALE.
É de se lembrar que a VALE é aquela empresa que só não foi reestatizada pelo governo anterior dada a grita geral, e que em seus tempos de estatal, jamais sequer chegou perto de cometer tal façanha. Lembro também que o seu diligente Presidente Roger Agnelli, que desde o início de sua gestão imprimiu a atual e vitoriosa estratégia à empresa, case que utilizei em minhas humildes aulas, também esteve por ser defenestrado. Então viva a VALE e vade retro a mentalidade estatizante.